• Domingo, 22 de junho de 2025

Israel declara “superioridade total” nos céus do Irã. Entenda o motivo

Com tecnologia avançada, apoio militar dos EUA e ataques cirúrgicos, Israel afirma dominar o espaço aéreo iraniano e ampliar vantagem

Após uma semana de constantes escaladas e ataques aéreos em massa, A afirmação, feita por autoridades das Forças de Defesa de Israel (IDF), sinaliza o domínio operacional da força aérea israelense sobre o espaço aéreo iraniano — uma vantagem estratégica em um cenário de crescente tensão entre os dois países. O anúncio ocorreu na sexta-feira (20/6), após bombardeios coordenados a alvos considerados sensíveis em Teerã, Isfahan, Kermanshah e outras regiões do território iraniano. Segundo os militares israelenses, participaram das operações, guiados por inteligência de alta precisão. Entre os alvos atingidos estavam instalações associadas ao programa nuclear iraniano, centros de produção de mísseis balísticos e bases militares ligadas à segurança interna do regime. A escalada evidencia um elemento central nesse conflito: o domínio aéreo. Como Israel e Irã não compartilham fronteiras e não têm conexão marítima direta, o controle do espaço aéreo se torna essencial em qualquer embate militar. Nesse aspecto, Tecnologia e apoio externo garantem vantagem a Israel Segundo o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (IISS), Israel conta com uma frota com mais de 300 aeronaves militares, incluindo 39 caças F-35i “Adir” — aviões de quinta geração com tecnologia stealth —, 75 F-15 e aproximadamente 200 F-16, todos com alto grau de modernização e integração a sistemas de guerra eletrônica. Boa parte desse poderio é  Desde sua criação, Israel já recebeu mais de US$ 228 bilhões em ajuda militar americana, sendo o maior beneficiário da história da ajuda externa do governo norte-americano. O investimento do país sob a administração de Donald Trump, permitiu que o país desenvolvesse uma das forças aéreas mais capacitadas do mundo, com capacidade de projeção e ataque em profundidade. Ao Metrópoles, o advogado internacionalista Julian Dias Rodrigues, ressaltou o quão vital é o auxilio do presidente norte-americano, ao território israelense. “A parceria com os EUA é um pilar da estratégia israelense. Essa aliança também funciona como elemento de dissuasão. Qualquer escalada iraniana pode acionar resposta americana, reduzindo o apetite de Teerã por confrontos abertos”, afirma. Irã tem capacidade limitada de resposta Em contraste, o Irã opera uma frota significativamente inferior, com cerca de 260 aviões militares, dos quais 138 são caças. Muitos desses modelos são antigos, como os F-5 e F-14 fornecidos pelos EUA antes da Revolução Iraniana de 1979 e aviões MiG-29 da era soviética. Apesar de o país ter anunciado a aquisição de caças russos Su-35, o número de unidades e a data de entrega ainda não foram divulgados. Além da desvantagem tecnológica, o que dificultam a renovação e a manutenção de sua frota. Com isso, parte significativa das aeronaves não está plenamente operacional. “Isso afeta diretamente a taxa de disponibilidade operacional, o tempo de resposta e a precisão dos ataques. Em uma guerra de atrito, Israel tem capacidade comprovada de sustentar operações aéreas por semanas; o Irã, por outro lado, teria grande dificuldade em repor perdas ou manter pressão constante”, declara Rodrigues. 5 imagens Israel utiliza Domo de Ferro para tentar anular sequência de mísseis disparados pelo IrãMíssel cruza o céu de HebronExplosão após ataque israelense ao depósito de petróleo de Shahran, em 15 de junho de 2025, em Teerã, IrãFechar modal. 1 de 5 Mísses disparados por Irã iluminam céu de Hebron Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images 2 de 5 Israel utiliza Domo de Ferro para tentar anular sequência de mísseis disparados pelo Irã Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images 3 de 5 Míssel cruza o céu de Hebron Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images 4 de 5 Reprodução 5 de 5 Explosão após ataque israelense ao depósito de petróleo de Shahran, em 15 de junho de 2025, em Teerã, Irã Stringer/Getty Images Operações neutralizam resposta iraniana O recente sucesso israelense também se deve à execução de ataques cirúrgicos, que conseguem “furar” e “driblar” os sistemas de defesa aérea do Irã. Em ofensivas anteriores, no último ano, a força militar de Israel conseguiu danificar plataformas S-300 — um dos principais sistemas antiaéreos iranianos. A inteligência israelense também operou com drones infiltrados para destruir lançadores de mísseis no território iraniano. A ofensiva mais recente incluiu alvos de alto valor estratégico, como a sede do SPND (organização iraniana de pesquisa em armas avançadas) e centros industriais envolvidos na produção de mísseis. “Ambas são ameaças existenciais ao nosso futuro. Ambas precisam ser detidas”, afirmou a IDF em comunicado. Leia também Domínio dos céus pode ser fundamental Por fim, o domínio aéreo é hoje o maior trunfo militar de Israel contra o Irã, permitindo não só ofensivas eficazes, mas também operações de dissuasão. Ao demonstrar capacidade de atacar em profundidade, Israel envia um recado claro sobre sua prontidão para conter ameaças existenciais. Diante do contexto em que os ataques coordenados por Israel foram em um visando conter o avanço do programa nuclear iraniano. Apesar das limitações, o Irã ainda possui milhares de mísseis balísticos apontados para território israelense. Mas a combinação entre superioridade aérea, inteligência de precisão e apoio logístico dos EUA, faz com que Israel possa antecipar movimentos, reduzindo chance de retaliações diretas.
Por: Metrópoles

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