• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

Geada negra acende alerta no Sul do Brasil e ameaça lavouras em plena onda de frio intenso

Fenômeno raro e devastador pode congelar plantações de dentro para fora, sem deixar vestígios de gelo visível. Café, milho e hortaliças estão entre as culturas mais vulneráveis a geada negra

Fenômeno raro e devastador pode congelar plantações de dentro para fora, sem deixar vestígios de gelo visível. Café, milho e hortaliças estão entre as culturas mais vulneráveis a geada negra Com a intensificação da onda de frio no Sul do Brasil, produtores rurais enfrentam um novo risco climático: a geada negra, um fenômeno raro, silencioso e altamente destrutivo que ameaça lavouras inteiras em regiões de maior altitude. Diferente da geada comum, que forma cristais de gelo visíveis sobre plantas e superfícies, a geada negra congela a seiva internamente, necrosando tecidos vegetais sem deixar sinais externos imediatos. Segundo a MetSul Meteorologia, o risco aumentou na madrugada desta terça-feira (25), devido à atuação de uma massa de ar polar extremamente seca, acompanhada por ventos moderados a fortes e temperaturas abaixo de zero em várias áreas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná.
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    O que é a geada negra? A geada negra ocorre quando o frio é tão intenso que congela os líquidos dentro das plantas, mesmo sem formação de orvalho ou cristais de gelo. O nome vem do aspecto escurecido das folhas e caules após o dano: a vegetação parece queimada, como se tivesse sido tostada por fogo. Segundo a Climatempo, o fenômeno exige condições específicas: vento, baixa umidade e forte irradiação térmica durante a madrugada, o que impede a formação da geada branca tradicional. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Quais culturas estão em risco? As culturas mais vulneráveis são aquelas com tecidos mais sensíveis ou em fase de crescimento ativo. Isso inclui café, milho, trigo, hortaliças e frutas, muito cultivados nas regiões Sul e Sudeste do país. Um dos episódios mais lembrados foi a geada negra de julho de 1975, que devastou os cafezais do norte do Paraná e entrou para a história como uma das maiores tragédias agrícolas do país. Onde o risco é maior? De acordo com os institutos meteorológicos, o risco é maior em áreas de planalto e serranas, como:
  • Serras Gaúcha e Catarinense, com previsão de temperaturas próximas de 0 °C;
  • Centro do Rio Grande do Sul, com mínimas de 1 °C;
  • Norte do Paraná, onde há histórico de impacto em lavouras de café.
  • Até o momento, o Rio Grande do Sul está sob alerta oficial para geadas comuns, mas não há confirmação da ocorrência de geada negra no estado. Ainda assim, o Simepar (PR) já emitiu alertas específicos para esse tipo de formação no Paraná, devido à intensidade da massa polar. Como se proteger? Especialistas recomendam uma série de medidas preventivas para mitigar os danos:
  • Uso de coberturas com lona, tela ou plástico sobre as plantações;
  • Instalação de irrigação por aspersão para aumentar a umidade e evitar o congelamento interno;
  • Aquecimento artificial do ambiente com fogueiras ou sistemas térmicos;
  • Barreiras vegetais ou quebra-ventos com espécies mais resistentes ao frio;
  • Evitar o cultivo em áreas baixas ou vales, onde o ar frio se acumula;
  • Aplicação de produtos químicos protetores, quando recomendados por agrônomos.
  • Nova rodada de chuvas no radar A partir de quinta-feira (26), o frio começa a perder força, mas o Sul do país enfrentará outro desafio climático: a chegada de um novo sistema que trará chuvas volumosas ao Rio Grande do Sul, com previsão de mais de 100 mm em áreas já fragilizadas por temporais recentes. Isso exige atenção redobrada dos produtores, que podem enfrentar problemas adicionais como alagamentos e solo encharcado, prejudicando ainda mais o calendário agrícola. A geada negra, embora rara, representa uma ameaça real e de alto impacto econômico para o campo brasileiro. Monitoramento constante e estratégias de mitigação são fundamentais para atravessar o inverno com o menor prejuízo possível.
    Por: Redação

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