• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

Operações suspeitas registradas pelo Coaf crescem 766%

Registros saltaram de 296.183 em 2015 para 2.566.713 em 2024; Coaf é o órgão que combate a lavagem de dinheiro.

As COS (Comunicações de Operações Suspeitas) enviadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) aumentaram 766,6% entre 2015 e 2024, passando de 296.183 registros no 1º ano da série para 2.566.713 alertas no ano passado.

Os dados estão presentes no estudo “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: Reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada”, lançado nesta 4ª feira (25.jun.2025) pelo grupo Esfera em parceria com Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Eis a íntegra do levantamento (PDF – 3 MB).

As COS são feitas quando bancos, corretoras, cartórios, contadores, juntas comerciais, corretores de imóveis e outros identificam indícios de ilicitude (como fraude, movimentações incompatíveis, recursos de origem obscura, uso de terceiros, valores fragmentados) e relatam ao Coaf.

O Coaf é o órgão público mais importante para o combate à lavagem de dinheiro –processo pelo qual organizações criminosas ocultam o produto dos delitos para manter suas atividades com aparência lícita.

Todas as informações sobre atividades suspeitas provenientes de bancos, cartórios, joalherias, leiloeiros de arte e outros são encaminhadas ao Coaf. O conselho as analisa e, caso entenda que realmente indicam uma possibilidade de lavagem de dinheiro, avisa o Ministério Público para que inicie uma investigação.

No mesmo período, o número de RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira) produzidos pelo Coaf cresceu 335,9%, de 4.304 em 2015 para 18.762 em 2024. Os RIFs são documentos produzidos pelo Coaf quando são identificados indícios de crime nas COS. O relatório reúne dados de análises financeiras que são enviados às autoridades responsáveis para serem investigados.

O estudo “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: Reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada” aborda o enfrentamento ao crime organizado sob a ótica follow the money (siga o dinheiro, na tradução livre do inglês). O levantamento busca fortalecer as instituições brasileiras ao propor estratégias de combate à criminalidade por meio da inteligência financeira.

O estudo foi lançado em evento realizado no IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), em Brasília. Estavam presentes os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Por: Poder360

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