• Sábado, 13 de dezembro de 2025

Emprego no agronegócio bate recorde com 28,5 milhões de ocupados em 2025

Agronegócio brasileiro atinge recorde de empregos no 1º trimestre de 2025, com 28,5 milhões de ocupados; crescimento foi impulsionado por agrosserviços, agroindústria e insumos, com avanço na renda média e na formalização do setor

Agronegócio brasileiro atinge recorde de empregos no 1º trimestre de 2025, com 28,5 milhões de ocupados; crescimento foi impulsionado por agrosserviços, agroindústria e insumos, com avanço na renda média e na formalização do setor O agronegócio brasileiro alcançou um novo patamar de empregabilidade no primeiro trimestre de 2025. Segundo o boletim Mercado de Trabalho no Agronegócio, elaborado pelo Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a população ocupada (PO) no setor chegou a 28,5 milhões de pessoas, o maior número desde o início da série histórica em 2012. Com isso, o agronegócio respondeu por 26,2% de todas as ocupações formais e informais no País. Esse resultado marca um crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2024 — o que representa 171 mil trabalhadores a mais no setor — e reflete o avanço na ocupação em três dos quatro principais segmentos do agro: indústria de insumos (10,2%), agroindústria (4,8%) e agrosserviços (2,4%).
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    Agrosserviços lideram a criação de empregos Na comparação com o último trimestre de 2024, o agronegócio adicionou 312,5 mil ocupações, impulsionado quase exclusivamente pelos agrosserviços, que cresceram 4,6% no período. Este segmento, que reúne atividades como transporte, armazenagem, comercialização, serviços técnicos e administrativos, alcançou seu maior contingente histórico com 10,65 milhões de ocupados. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});O desempenho do agrosserviço reflete o bom momento do agronegócio como um todo, funcionando como elo entre o produtor e o consumidor final. A retomada das agroindústrias e o ritmo elevado dos abates e da produção agrícola contribuem diretamente para essa expansão. Formalização do emprego e qualificação em alta Outro destaque do levantamento é a maior formalização do emprego no agro. O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 9,96 milhões, um recorde histórico para o setor, com aumento de 3,4% em relação ao 1º trimestre de 2024. Além disso, o agronegócio está mais qualificado: 4,78 milhões de trabalhadores possuem ensino superior completo ou incompleto, representando alta de 2,7% frente ao mesmo período do ano passado. Isso mostra que o setor está absorvendo uma mão de obra mais instruída, compatível com a crescente modernização tecnológica das atividades agropecuárias e industriais. Participação feminina cresce no campo A presença das mulheres no agronegócio também registrou avanço. No 1T2025, 10,8 milhões de mulheres estavam ocupadas no setor, número que representa 37,9% da força de trabalho agropecuária. Em comparação com o mesmo período de 2024, o aumento foi de 1,6%, enquanto entre os homens foi de apenas 0,01%. Esse crescimento sinaliza um movimento de maior inclusão e diversidade, com a mulher rural ganhando cada vez mais protagonismo tanto na produção quanto na gestão agropecuária. Rendimentos também avançam A média salarial dos empregados do agronegócio cresceu 2,2% frente ao 1T2024, atingindo R$ 2.673 — embora ainda abaixo da média nacional (R$ 3.207). Já os empregadores viram seus rendimentos subirem 2,9%, chegando a R$ 7.867. Para os trabalhadores por conta própria, os ganhos cresceram 9,1% na comparação anual, totalizando R$ 2.271. Esse movimento é impulsionado pela valorização de cadeias produtivas integradas, pela profissionalização da gestão e por melhores condições de acesso a crédito e mercado. Queda na agropecuária é contrabalançada pelos demais segmentos Apesar do saldo positivo geral, o segmento primário da agropecuária apresentou retração de 4,2% no número de ocupados, com perdas de mais de 334 mil postos de trabalho. A agricultura encolheu 4,1% e a pecuária 4,4%, com destaque negativo para culturas como cereais (-14,7%), cana-de-açúcar (-13,1%), café (-6,6%) e a criação de bovinos (-2,6%). Essa queda reflete transformações estruturais no campo, como a mecanização, automação e êxodo de trabalhadores para centros urbanos, especialmente entre os jovens. Por outro lado, muitos desses profissionais têm sido absorvidos por setores mais dinâmicos, como agroindústrias e serviços agropecuários. Modernização e políticas públicas impulsionam o setor O relatório também destaca que o avanço do emprego qualificado e formal é resultado de políticas de crédito, inovação tecnológica e programas de industrialização, como o “Nova Indústria Brasil” do BNDES. Esses fatores fortalecem cadeias produtivas e estimulam a neoindustrialização do agro brasileiro. Entretanto, o documento alerta para a importância de políticas públicas voltadas à inclusão produtiva de pequenos produtores e trabalhadores familiares, que são os mais impactados pelas transformações no setor. Investimentos em capacitação, assistência técnica e incentivo à adoção de tecnologias são apontados como cruciais para garantir uma transição justa e sustentável no meio rural. O primeiro trimestre de 2025 consolida o agronegócio como o maior empregador do Brasil, com resultados expressivos na formalização, qualificação e valorização da força de trabalho. Embora o segmento primário enfrente desafios estruturais, os demais elos da cadeia seguem expandindo e absorvendo mão de obra, refletindo a força do setor na economia nacional e sua capacidade de adaptação. A tendência para os próximos trimestres é de manutenção da geração de empregos, especialmente se houver continuidade das políticas públicas voltadas à inovação e inclusão produtiva no campo.
    Por: Redação

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