• Quinta-feira, 31 de julho de 2025

Frigoríficos brasileiros estimam que prejuízo com tarifa dos EUA pode chegar a US$ 1 bilhão

Setor teme queda drástica nas exportações e alerta para impactos na inflação da carne nos Estados Unidos; Frigoríficos brasileiros estimam que prejuízo com tarifa dos EUA pode chegar a US$ 1 bilhão

Setor teme queda drástica nas exportações e alerta para impactos na inflação da carne nos Estados Unidos; Frigoríficos brasileiros estimam que prejuízo com tarifa dos EUA pode chegar a US$ 1 bilhão O setor de carne bovina brasileiro vive um momento de incerteza e apreensão diante da iminente aplicação de uma tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos sobre a proteína nacional, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que, caso a medida se concretize, o prejuízo poderá alcançar US$ 1 bilhão até o final do ano com a tarifa dos EUA. A decisão preocupa frigoríficos e produtores porque os EUA são o segundo maior destino das exportações de carne bovina do Brasil, atrás apenas da China. Em 2025, as vendas para o mercado norte-americano registraram crescimento expressivo, reflexo da forte demanda interna dos Estados Unidos, que enfrentam escassez de gado e dependem cada vez mais das importações.
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    Impacto direto nas exportações De acordo com o presidente da Abiec, Roberto Perosa, as empresas brasileiras planejavam embarcar cerca de 400 mil toneladas de carne bovina para os EUA até o final do ano. Com a tarifa extra, essas operações se tornariam “inviáveis” economicamente.
    Ele enfatiza que nenhum outro mercado consegue substituir, de imediato, o volume e o preço pagos pelos importadores norte-americanos. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Ainda segundo Perosa, a interrupção das exportações brasileiras pode gerar efeitos adversos não apenas no Brasil, mas também nos EUA, onde a falta de carne para hambúrgueres poderia impulsionar a inflação alimentar. Dependência norte-americana e competitividade brasileira Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicam que, ao longo de 2025, o consumo de carne bovina nos EUA deverá superar a produção interna em cerca de 996 mil toneladas. Isso torna o país altamente dependente de importações para abastecer o mercado doméstico. Entre os principais exportadores globais, o Brasil é o que possui o maior excedente para exportação – aproximadamente 3,69 milhões de toneladas acima do consumo interno – e mantém o preço mais competitivo entre os grandes fornecedores. A disputa no mercado norte-americano Apesar dessa vantagem, a Austrália vem ampliando sua presença nos EUA, beneficiada por uma tarifa de apenas 10% concedida pelo governo norte-americano. O país opera, neste ano, com um excedente de 1,94 milhão de toneladas, quase a metade do excedente brasileiro. Com a entrada em vigor da tarifa extra de 50% contra o Brasil, o imposto total sobre a carne brasileira poderia chegar a cerca de 76%, abrindo ainda mais espaço para concorrentes como Austrália, Paraguai e Uruguai – estes últimos, embora com excedentes menores, possuem mercados consolidados. O que está em jogo com tarifa dos EUA No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou 181 mil toneladas de carne bovina para os EUA, gerando US$ 1 bilhão em receita – o equivalente a 12% de todas as exportações brasileiras do setor no período. Em relação a 2024, o crescimento foi de 113% em volume e 102% em receita. Para o setor, a medida tarifária representa não apenas um golpe econômico imediato, mas também um risco estratégico de perda de mercado a longo prazo, em um cenário global onde a disputa por fornecedores de carne bovina de qualidade é cada vez mais acirrada.
    Por: Redação

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