• Quinta-feira, 31 de julho de 2025

Flexibilização parcial das tarifas dos EUA eleva ações no Brasil

Papéis de empresas que foram retiradas da lista do tarifaço norte-americano tiveram alta na B3, nesta 4ª feira.

O anúncio dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (30.jul.2025), sobre a flexibilização da lista de produtos brasileiros sobretaxados no país e o adiamento da aplicação das tarifas para o dia 6 de agosto, afetou o desempenho de ações de empresas exportadoras.

Entre as empresas que integram setores excluídos da lista de tarifas, o comportamento foi de alta. A Tupy, multinacional brasileira da área metalúrgica, fechou o dia na B3 com alta de 2,28%.

Eis o desempenho das ações das empresas no fechamento do mercado desta 4ª feira:

O desempenho positivo de parte das empresas brasileiras reflete a retirada de produtos específicos –com os quais essas empresas operam– da lista de sobretaxação dos EUA. O governo norte-americano divulgou os itens que ficarão temporariamente isentos da tarifa.

Eis os produtos que não serão taxados:

Café, frutas e carne bovina não entraram na lista de isenção. Eis a íntegra do anúncio da Casa Branca, em inglês (PDF – 1.732 kB).

A Alpargatas informou a este jornal digital que não fará avaliação da situação por estar em período de silêncio –divulgará resultados financeiros nos próximos dias– mas que, em curto e médio prazo, se aplicadas, as tarifas não terão impacto significativo.

Segundo a empresa, toda a carga que será comercializada nos EUA no 2º semestre de 2025 já está em armazéns pelo país. Para 2026, a empresa declarou que não fará projeções.

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) informou que acompanha com atenção a decisão de Trump de manter as tarifas sobre o produto enviado aos EUA. Segundo a associação, as novas tarifas elevaram a carga tributária do setor a 76,4%.

“A aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, sem isenção para a carne bovina, a partir de 6 de agosto, somada à alíquota atual de 26,4% levará a carga tributária total a ultrapassar 76%, comprometendo a viabilidade econômica das exportações ao mercado norte-americano”, afirmou em nota.

A Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), disse que mesmo com o produto ainda fazendo parte da lista dos que serão sobretaxados nos EUA, a flexibilização de produtos anunciada por Trump “sinaliza” que há espaço para negociação com o país.

“A lista de exceções nos sinaliza espaço para caminhos de negociação. Temos, na história recente das relações comerciais casos de outros países com reversões de escalada de tarifas”, afirmaram em nota.

A Suzano informou, por meio de nota, que não comentará o assunto no momento.

Este jornal digital também procurou, por e-mail, a Tupy, CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), Klabin, WEG, Randon, Iochpe-Maxion, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Abal (Associação Brasileira de Alumínio), Usiminas e a Taurus. Não houve resposta até o momento. O espaço segue aberto para manifestações.

Por: Poder360

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