Estágio do câncer no momento do diagnóstico | Necessidade de quimioterapia | Internações por mês | Visitas ambulatoriais por mês |
1 | 47,1% | 0,05 | 0,54 |
2 | 77% | 0,07 | 0,63 |
3 | 82,5% | 0,09 | 0,75 |
4 | 85% | 0,11 | 0,96 |
Piora na pandemia
O levantamento destaca o impacto da pandemia de Covid-19 no tratamento do câncer de colo do útero no SUS. A proporção de pacientes que realizaram apenas cirurgia foi de 25,8% em 2020, enquanto esse percentual era de 39,2% entre 2014 e 2019. Além disso, houve redução de cerca de 25% nos procedimentos de radioterapia, com ou sem cirurgia ou quimioterapia, em todos os estágios. Já a quimioterapia isolada aumentou em 22,6% em média para todos os estágios. A análise é de que houve lacunas no tratamento, que foram causadas pelo colapso hospitalar durante a pandemia. E que esse cenário pode ter impacto significativo na saúde das pacientes. As consequências a longo prazo ainda estão sendo determinadas.Prevenção
Os pesquisadores reforçam que cerca de 99% dos casos de câncer de colo de útero ocorrem por infecções persistentes do HPV. Portanto, a prevenção deve ser feita por meio da vacinação contra o vírus; exames de rotina, para o rastreio da infecção e de suas lesões; e tratamento das lesões pré-cancerígenas. Na rede pública, a vacina quadrivalente está disponível para meninos e meninas entre 9 e 14 anos. E, para pessoas de 9 a 45 anos, nestas condições: diagnosticados com HIV/Aids; em tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia; transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea; vítimas de abuso sexual; diagnosticados com imunodeficiência primária ou erro inato da imunidade; em uso de profilaxia pré-exposição contra o HIV (PrEP) entre 15 e 45 anos. Já na rede privada, a vacina nonavalente está disponível para pessoas entre 9 e 45 anos. “O ônus econômico e social do câncer de colo de útero no Brasil é significativo. Este estudo reitera o apelo urgente por políticas públicas assertivas para mitigar as disparidades, ampliando a cobertura da imunização anti-HPV e do rastreamento. Com a detecção precoce, a demanda por cuidados paliativos diminuirá e permitirá a otimização da alocação de recursos para oferecer aos pacientes brasileiros o melhor tratamento oncológico”, diz um dos trechos do estudo. Relacionadas
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