• Terça-feira, 16 de setembro de 2025

Com mal-estar, Bolsonaro sai da prisão domiciliar para ir ao hospital

Ex-presidente apresenta quadro de saúde instável durante a medida restritiva que já dura mais de um mês.

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 3ª feira (16.set.2025) que o ex-presidente precisou ir à emergência médica depois de um “episódio de mal-estar”, com crise de soluços, vômitos e queda da pressão arterial. Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, essa é a 3ª vez que o ex-presidente precisa sair de sua residência, o condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, para ir ao hospital.

A saúde do ex-presidente foi citada pela defesa na ação penal sobre o plano de golpe e também nas investigações de obstrução de justiça. Pouco depois de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente, o ministro Alexandre de Moraes acolheu o pedido dos advogados para autorizar o livre acesso de 4 médicos para acompanhar o tratamento de saúde.

Na decisão de 7 de agosto, o ministro estabeleceu que “se houver necessidade de internação urgente”, a defesa deve informar a Corte no prazo de até 24 horas, apresentando a devida comprovação.

Bolsonaro saiu da prisão domiciliar pela 1ª vez em 16 de agosto para realizar exames médicos no Hospital DF Star, em Brasília. Moraes autorizou a saída do ex-presidente para tratar de sintomas decorrentes do atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi vítima de uma facada.

Na ocasião, os advogados afirmaram que a “solicitação decorre do seguimento de tratamento de medicamentos em curso, da necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como da verificação das condições atuais de saúde”.

O ex-presidente ficou poucas horas no hospital e afirmou aos apoiadores que não poderia falar, há que estava sob medida restritiva que o proibia de fazer manifestações públicas.

De acordo com o boletim médico, Bolsonaro foi submetido a uma série de exames que constataram resquícios de infecções pulmonares. Para os médicos, o quadro está relacionado a episódios de broncoaspiração –quando alimentos, líquidos ou secreções do estômago ou da boca descem para as vias respiratórias em vez de seguir para o estômago.

Segundo Cláudio Birolini, médico chefe da equipe cirúrgica, a prisão domiciliar limita a atividade física de Bolsonaro, impactando negativamente sua saúde. “Ele é uma pessoa muito ativa, gosta de se comunicar, gosta de estar perto de gente. E ele está privado de tudo isso. Então, obviamente, isso influencia negativamente”, disse.

Na 2ª saída da prisão domiciliar, no último domingo (14.set.2025), Bolsonaro já havia sido condenado a 27 anos de prisão pela maioria da 1ª Turma do STF. Moraes autorizou o deslocamento ao hospital sob escolta da polícia penal do Distrito Federal no dia 8 de setembro.

O ex-presidente passou por um procedimento cirúrgico para remoção de lesões na pele. Após 6 horas no hospital, a equipe médica afirmou ter retirado 8 lesões de pele do tronco e do braço direito.

Segundo os médicos, os exames detectaram anemia por falta de ferro e resquícios de uma pneumonia recente. Bolsonaro recebeu reposição de ferro na veia e teve alta com orientação para continuar tratamento de pressão alta e refluxo.

Dois dias depois da cirurgia, os advogados do ex-presidente informaram que ele teve um mal-estar, com crises de soluço, vômitos e queda da pressão arterial. Bolsonaro foi encaminhado à emergência médica. Até o fechamento deste texto, não foi apresentado um boletim médico indicando o quadro de saúde do ex-presidente.

O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) afirmou que “está sendo deslocada uma equipe médica de São Paulo” para Brasília, formada por profissionais que acompanham Bolsonaro e garantirão “o melhor atendimento”. Segundo ele, o envio da equipe paulista indica que a situação “tem uma gravidade, que tem um risco”.

Melo informou que Bolsonaro está sendo estabilizado e que, em seguida, serão realizados exames. O congressista acrescentou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estão se preparando para ir ao hospital e farão um pronunciamento oficial sobre o estado de saúde do ex-presidente.

Tudo indica que ele vai ficar um tempo razoável, não é uma consulta de medir pressão e voltar pra casa. Pelo procedimento da própria estabilização, eu não posso informar se tem medicamentos ou não […] porque, caso tenha, possivelmente vai ser prolongado esse tempo dele aqui”, disse o deputado a jornalistas.

Por: Poder360

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