Enquanto o governo dos segue sem uma decisão clara sobre uma possível intervenção militar, o conflito entre e avança com novas ofensivas e pouca abertura para o diálogo. Desde o início das hostilidades, há uma semana, os ataques têm se intensificado, e as tentativas de mediação internacional ainda não surtiram efeito.
Conflito Israel x Irã
A troca de ataques entre Israel e Irã começou na madrugada da última sexta-feira (13/6), quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma ofensiva contra o centro do programa nuclear iraniano e contra líderes militares de Teerã.
O governo iraniano reagiu com ataques de retaliação poucas horas depois, aumentando o risco de um conflito mais amplo na região.
Mais de 240 pessoas já morreram nos dois países desde o início da escalada, segundo balanços oficiais divulgados até o momento.
Israel afirma que os bombardeios têm como principal objetivo impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que o governo considera uma ameaça direta à sua segurança.
A rápida escalada e a intensidade dos ataques reacenderam o temor de que o confronto evolua para uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio, principalmente com a possibilidade de entrada dos EUA no conflito.
O presidente dos Estados Unidos, , tem mantido um discurso ambíguo em relação ao envolvimento direto do país na guerra. Apesar de afirmar que ainda não definiu sua posição e que só tomará uma decisão nas próximas duas semanas, o governo segue ampliando a presença militar na região.

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1 de 4 O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu Chip Somodevilla/Getty Images
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2 de 4 Netanyahu e Trump Kyle Mazza/Anadolu via Getty Images
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3 de 4 Donald Trump e Netanyahu Avi Ohayon (GPO) / Handout/Anadolu via Getty Images
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4 de 4 Trump e Netanyahu Sarah Silbiger/Getty Images
O já enviou o porta-aviões USS Nimitz para o Oriente Médio, juntando-se ao USS Carl Vinson, que já está no Mar Arábico. Além disso, aviões de reabastecimento foram deslocados para bases na Espanha e Grécia, sinalizando a preparação para possíveis operações de longo alcance.
Trump afirmou que iranianos tentaram abrir canais de comunicação e até sugeriram uma visita à , mas o presidente disse que agora “é tarde demais para conversar”. A fala foi seguida por uma resposta oficial da missão iraniana nas Nações Unidas: “Nenhuma autoridade iraniana pediu para se ajoelhar nos portões da Casa Branca”.
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Irã endurece posição
Enquanto os EUA mantêm a indefinição, o Irã endureceu sua posição. Segundo o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, não haverá negociações de paz enquanto os ataques israelenses continuarem.
Em reunião com autoridades europeias em Genebra, na Suíça, nessa sexta-feira (20/6) ele condicionou qualquer conversa ao fim das ofensivas e
“O Irã está pronto para considerar a diplomacia novamente, assim que a agressão for interrompida e o agressor for responsabilizado pelos crimes cometidos”, disse Araghchi à imprensa. Ele acrescentou que deixou claro que as capacidades defensivas do Irã eram “inegociáveis”.
, também reagiu ao discurso de Trump. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, advertiu que uma intervenção militar dos EUA traria “danos irreparáveis” e classificou o início da guerra por Israel como um “erro muito grande”. Além disso, o Irã reafirmou que seu programa nuclear tem fins pacíficos e defendeu o direito à “legítima defesa”.
Ataques continuam
Em campo, os ataques continuam intensos de ambos os lados. As instalações estratégicas no Irã, incluindo usinas de centrífugas de urânio e fábricas de mísseis. Autoridades de Teerã confirmaram que ao menos duas plantas de produção de centrífugas foram atingidas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também confirmou os danos.
Enquanto isso, o número de vítimas não para de crescer. No Irã, as autoridades informam 224 mortos, a maioria civis, mas grupos de direitos humanos falam em ao menos 585 vítimas fatais e mais de 1.300 feridos.

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1 de 17 Explosão após ataque israelense ao depósito de petróleo de Shahran, em 15 de junho de 2025, em Teerã, Irã Stringer/Getty Images
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2 de 17 Israel utiliza Domo de Ferro para tentar anular sequência de mísseis disparados pelo Irã Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images
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3 de 17 Míssel cruza o céu de Hebron Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images
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4 de 17 Tel Aviv, em Israel, é atacada pelo Irã Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images
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5 de 17 Mísseis disparados pelo Irã cruzam o céu de Hebron, em Israel Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images
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6 de 17 Mísses disparados por Irã iluminam céu de Hebron Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images
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7 de 17 Teerã, capital do Irã Stringer/Getty Images
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8 de 17 Um escavador remove os escombros de um prédio residencial que foi destruído no ataque realizado por Israel, em Teerã, no dia 13 de junho de 2025 Majid Saeedi/Getty Images
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9 de 17 Explosão após ataque israelense a um prédio usado pela Rede de Notícias da República Islâmica do Irã Stringer/Getty Images
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10 de 17 Equipes de resgate e segurança israelenses inspecionam e limpam os prédios e a área atingida por um foguete iraniano no centro de Tel Aviv, Israel Alexi J. Rosenfeld/Getty Images
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11 de 17 Ataques do Irã com mísseis balísticos contra Israel são vistos de Ramallah Issam Rimawi/Anadolu via Getty Images
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12 de 17 Moradores são retirados de um prédio danificado depois que mísseis balísticos foram disparados do Irã atingiram Petah Tikva, Israel Nir Keidar/Anadolu via Getty Images
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13 de 17 Defesa civil israelense e equipes de emergência realizam operações noturnas de busca e resgate entre prédios danificados após um ataque de míssil do Irã Tsafrir Abayov/Anadolu via Getty Images
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14 de 17 Pessoas observam explosão após ataque israelense ao depósito de petróleo em Shahran Stringer/Getty Images
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15 de 17 Equipes israelenses realizam operações de busca e salvamento entre prédios Mostafaf Alkharouf/Anadolu via Getty Images
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16 de 17 Bombeiros israelenses e equipes de defesa civil realizam uma operação noturna de busca e resgate dentro de um prédio residencial Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images
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17 de 17 Ataque a aeroporto de Mashhad no Irã. Israel alega ter atingido avião-tanque. Redes sociais
Do lado israelense, os ataques iranianos deixaram 24 mortos, todos civis, segundo dados oficiais. Mesmo assim, Israel vai continuar atacando o Irã até que a “ameaça nuclear do país seja desmantelada”. A promessa foi feita pelo embaixador israelense na , Danny Danon, durante reunião emergencial do Conselho de Segurança nesta sexta-feira (20/6).
“Não vamos parar [os ataques]”, disse Danon. “Não até que a ameaça nuclear do Irã seja desmantelada, não até que sua máquina de guerra seja desarmada, não até que nosso povo e o seu estejam seguros”.
Ofensiva israelense contra o Irã
Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã, em 12/6. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano.
O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.
Como resposta à operação israelense, o Irã lançou um exército de drones e mísseis contra o território de Israel.
Em pronunciamento no último sábado (14/6), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva deve continuar. Ele prometeu ataques contra todas as bases iranianas.
Até o momento, relatos indicam que parte do programa nuclear já foi afetada pelos ataques. Danos maiores, no entanto, dependem de bombas – ou da participação direta – dos EUA, o que tem sido solicitado pelo governo de Israel.
Mesmo com o sistema de defesa aérea de Israel conseguindo interceptar a maioria dos 400 mísseis disparados por Teerã, a preocupação agora é com o desgaste dos estoques de defesa antimísseis, como destacou uma fonte americana ao Wall Street Journal.
Pressão internacional
A pressão internacional cresce. O presidente russo, Vladimir Putin, e fez um alerta direto a Washington, pedindo que . Já o presidente chinês, Xi Jinping, expressou preocupação com a escalada do conflito.
Enquanto isso, países como Catar e Omã tentam negociar um cessar-fogo. O envio de uma aeronave iraniana para Muscat, capital de Omã, levantou expectativas sobre uma possível mediação, mas as chances de uma solução pacífica ainda parecem distantes.
Chefes da diplomacia da União Europeia — Alemanha, França e Reino Unido — se reuniram nessa sexta-feira (20/6) com o chanceler iraniano na tentativa de avançar em uma solução para o conflito. No entanto, . Houve apenas uma promessa genérica de que as partes voltarão a se reunir para dar continuidade às negociações.
Cético quanto à capacidade dos países europeus de resolver a crise, Trump declarou que a Europa não conseguirá avançar nas negociações. “O Irã não quer conversar com a Europa. Eles querem conversar conosco. Os europeus não serão capazes de ajudar nessa”, disse o presidente a jornalistas em Nova Jersey.