• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Brasil tem 113 casos confirmados de intoxicação por metanol

Brasil tem 113 casos confirmados de intoxicação por metanol | Poder Saúde

O Ministério da Saúde informou nesta 6ª feira (3.out.2025) que há 113 casos de intoxicação por metanol confirmados no país, sendo 11 em São Paulo. Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram os primeiros casos em investigação.

Segundo o ministério, há uma morte confirmada em São Paulo. Outras 11 estão em análise, distribuídas da seguinte forma:

A SES-DF (Secretaria de Saúde do Distrito Federal) confirmou nesta 6ª feira (3.out) o 2° caso de intoxicação por metanol em Brasília. O homem, de 47 anos, deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Brazlândia e depois foi transferido para o Hospital Regional de Santa Maria.

O 1° caso do DF foi o do cantor Hungria, de 34 anos, internado no hospital DF Star desde 5ª feira (2.out) com sintomas de intoxicação por metanol. Em comunicado divulgado no Instagram, a equipe do artista informou que ele apresentou sinais depois da ingestão de bebida que teria sido adulterada, em situação semelhante aos casos registrados recentemente em São Paulo. Leia a íntegra do boletim (PDF – 121 kB).

O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.

O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.

A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.

O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica — um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem:

De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem.

Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.

O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.

Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas.

A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

Para evitar intoxicações, recomenda-se:

A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.

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Por: Poder360

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