• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Boi gordo chega a R$ 322/@ e semana termina com pecuaristas comemorando, mas com cautela

Alta da arroba do boi gordo reflete forte demanda, exportações recordes e escalas curtas, mas analistas alertam para limitações no fôlego de valorização; consumo dos dias da criança pode ajudar no viés de alta

Alta da arroba do boi gordo reflete forte demanda, exportações recordes e escalas curtas, mas analistas alertam para limitações no fôlego de valorização; consumo dos dias da criança pode ajudar no viés de alta O mercado físico do boi gordo encerrou a semana em tom de otimismo, com a arroba atingindo R$ 322 em Mato Grosso do Sul, o maior valor desde o início de outubro, segundo levantamento das principais consultorias pecuárias. A recuperação dos preços, observada também em São Paulo e Minas Gerais, ocorre em meio a um cenário de demanda aquecida, exportações históricas e estoques limitados nas indústrias de menor porte — fatores que devolveram ânimo aos pecuaristas, mas ainda cercados de cautela quanto à sustentabilidade da alta. De acordo com a Agrifatto, o Brasil exportou 363,13 mil toneladas de carne bovina em setembro, somando produtos industrializados e in natura — recorde histórico e um avanço de 17,5% em relação a agosto. A China e Hong Kong continuam como os principais destinos, respondendo por 56,7% das vendas.
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    Esse desempenho fortaleceu as cotações internas do boi gordo. Em São Paulo, o boi comum é negociado a R$ 305/@, enquanto o boi-China chega a R$ 310/@. Em Minas Gerais, a arroba subiu para R$ 297,65, e em Goiás, o preço médio ficou em R$ 295,71, segundo a Safras & Mercado. Já em Mato Grosso do Sul, o indicador alcançou R$ 321,45, com registros pontuais acima da média. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Escalas curtas e reposição no atacado Embora as indústrias maiores mantenham escalas confortáveis, abastecidas por animais de parceria e confinamento próprio, os frigoríficos menores enfrentam dificuldade para compor suas programações de abate, o que pressiona as cotações no mercado spot. A média das escalas gira em torno de oito dias úteis, segundo a Agrifatto, indicando um ambiente de equilíbrio frágil entre oferta e demanda. No mercado atacadista, a entrada dos salários e a proximidade do 13º e das festas de fim de ano sustentam os preços da carne com osso. O quarto traseiro segue cotado a R$ 25,00/kg, o dianteiro a R$ 17,70/kg e a ponta de agulha a R$ 16,50/kg, com leve valorização em São Paulo. Pecuaristas retomam confiança, mas com prudência O início de outubro marcou uma inversão de tendência após semanas de estabilidade. Segundo o Cepea, a baixa oferta de animais de pasto e a demanda aquecida favoreceram pequenas altas em todas as regiões monitoradas. Para os pecuaristas, o momento é de alívio e expectativa, mas analistas reforçam que a força da valorização depende do ritmo das exportações e da recuperação do consumo interno. Apesar do bom momento, o mercado segue atento a fatores externos. O dólar comercial fechou a semana cotado a R$ 5,37, alta de 0,60%, o que aumenta a competitividade da carne brasileira lá fora, mas também pressiona os custos de insumos e confinamento. Perspectiva: alta controlada e volatilidade à vista Os especialistas avaliam que, a curto prazo, a arroba tende a se manter acima dos R$ 320 nas principais praças, mas sem espaço para disparadas. O volume expressivo de abates de confinamento próprio das grandes indústrias deve limitar novos avanços. Ainda assim, com o consumo doméstico aquecido e exportações firmes, a tendência é de semana seguinte de estabilidade com viés positivo. Em resumo: o boi gordo volta a dar sinais de reação e encerra a semana com o produtor mais confiante — um respiro após meses de margens apertadas. Porém, o mercado segue com pés no chão, consciente de que a sustentação dos preços depende de fundamentos sólidos e de equilíbrio entre oferta e demanda.
    Por: Redação

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