Bezerro cai para R$ 2.815, menor preço do mês – hora de comprar e lucrar na engorda?

Reposição mais barata em 30 dias anima pecuaristas, com bezerro recuando para R$ 2.815, menor valor do mês. Confira preços por categoria, regiões mais caras e baratas e análise sobre a relação com o boi gordo. O mercado do bezerro encerra julho com o menor valor registrado nos últimos 30 dias no Mato Grosso do Sul: R$ 2.815,24 por cabeça segundo dados do Cepea/Esalq. A queda acompanha um movimento iniciado no início do mês, marcado por maior pressão negativa no boi gordo e cautela nas compras de frigoríficos, e reforça o debate sobre o momento de reposição para a pecuária de corte. A queda, que recoloca a categoria abaixo dos R$ 400/@, reacende a discussão: é hora de aproveitar para repor o rebanho? De acordo com análise do Farmnews, a baixa é reflexo direto da pressão negativa no boi gordo, que perdeu força em julho com frigoríficos reduzindo as compras e incertezas provocadas pelo tarifaço norte-americano sobre a carne brasileira. Mesmo assim, o valor atual ainda está 40% acima de julho de 2024, mantendo a tendência de longo prazo de valorização.

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No curto prazo, a queda recoloca o preço do bezerro abaixo dos R$ 400/@, patamar visto pela última vez em março deste ano, e amplia a relação de troca em favor do invernista. Para o produtor com pasto disponível e capacidade de retenção, o momento é considerado estratégico para antecipar compras, aproveitando a relação de troca mais favorável. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Tarifaço dos EUA deve ter impacto limitado Em entrevista ao Portal DBO, Maurício Tonhá, sócio-diretor da Estância Bahia Leilões, minimizou o efeito prolongado das tarifas que entram em vigor em 6 de agosto. Ele lembra que não há outros países capazes de substituir o Brasil em volume de carne bovina no curto prazo. Apesar de leilões suspensos e quedas de até 10% em algumas praças, ele acredita que a recuperação será rápida, favorecida pela demanda externa. “Não há onde buscar carne bovina, em volume, nesse mundo. A superação é uma questão de pouco tempo”, afirmou. Comparativo São Paulo x Mato Grosso do Sul Enquanto no Mato Grosso do Sul o bezerro recuou de forma mais acentuada, em São Paulo a categoria apresentou comportamento distinto no início do mês, chegando próximo de R$ 2.800/cab antes de iniciar queda consistente na reta final de julho. Essa diferença reflete tanto questões regionais de oferta e demanda como o maior impacto do tarifaço em estados exportadores do Centro-Oeste. Onde está a reposição mais cara e mais barata De acordo com levantamento da Scot Consultoria de 31 de julho de 2025:

Reposição mais valorizada:

• Boi magro no Paraná: R$ 4.092,00/cab (R$ 10,92/kg)
• Bezerro no Rio de Janeiro: R$ 2.780,00/cab (R$ 11,58/kg)
• Desmama em Minas Gerais: R$ 2.439,47/cab (R$ 12,51/kg)

Reposição mais barata:

• Boi magro no Acre: R$ 2.950,00/cab (R$ 7,87/kg)
• Bezerro no Acre: R$ 2.000,00/cab (R$ 8,33/kg)
• Desmama no Acre: R$ 1.750,00/cab (R$ 8,97/kg)

Essa disparidade evidencia que o custo da arroba de reposição varia fortemente entre as regiões, criando oportunidades para operações interestaduais para quem busca otimizar o investimento. Preço do bezerro: Perspectivas para o segundo semestre Os analistas do Farmnews projetam que, embora haja espaço para novas altas até o fim do ano, o ritmo de valorização dependerá da recuperação do boi gordo. Historicamente, agosto apresenta ligeira alta em relação a julho — cerca de 0,7% nos últimos 14 anos. No entanto, o poder de compra do pecuarista segue como ponto de atenção: em 2000, era possível adquirir cerca de 3 bezerros com um boi gordo de 20 arrobas; hoje, esse número é cerca de 25% menor. Com isso, a queda recente no preço do bezerro cria um momento atrativo para compra, especialmente para produtores com capacidade de retenção de animais até um cenário mais favorável no boi gordo. No entanto, é essencial ponderar custos de produção, expectativa de recuperação das exportações pós-tarifaço e o ciclo pecuário de médio prazo para evitar apertos na margem.