• Segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Alexandre de Moraes vai ao Rio nesta 2ª para ouvir Cláudio Castro

Ministro do STF vai indagar governador fluminense sobre se megaoperação que deixou 121 mortos seguiu planejamento e se houve abuso contra direitos humanos.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes irá conduzir uma audiência com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) nesta 2ª feira (3.nov.2025). Castro irá prestar informações sobre a megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão em 28 de outubro, que deixou 121 mortos.

Moraes, que assumiu temporariamente a relatoria da ADPF das Favelas, irá à audiência no Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar, no Rio. Ele acolheu o pedido do CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos) para averiguar supostas irregularidades na operação.

A audiência com Castro começa às 11h. Na mesma sessão, também serão questionados:  

Moraes solicitou que Castro preste esclarecimentos sobre a definição do grau de força adequado; o número de agentes envolvidos; o número oficial de mortos, feridos e detidos; providências adotadas para dar assistência às vítimas e suas famílias; utilização de câmeras corporais e nas viaturas policiais, além de um relatório detalhado sobre a operação. Eis a íntegra do despacho (PDF – 181 kB).

De tarde, haverá mais uma rodada de audiências com:

Cada audiência será na sede do respectivo órgão. O Poder360 apurou que, até o momento, as sessões serão fechadas para a imprensa. 

Moraes também determinou que o governo do Rio de Janeiro comprove que obedeceu às determinações judiciais já previstas pela ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635 – conhecida como ADPF das Favelas. 

A Corte havia estabelecido critérios para diminuir a letalidade policial na capital fluminense em abril deste ano. Dentre as determinações, estão a elaboração de um plano para retomar territórios controlados por organizações criminosas, como tráfico e milícia, e a instauração pela PF (Polícia Federal) de um inquérito para apurar crimes cometidos por esses grupos.

Os magistrados, em voto conjunto, reconheceram a violação de direitos humanos por parte das organizações criminosas que, segundo eles, “se apossam de territórios e cerceiam direitos de locomoção da população e das forças de segurança”. Leia mais sobre as determinações ao Estado do Rio de Janeiro e à PF nesta reportagem.

Iniciada em 2019, a ADPF das Favelas tinha como relator o ministro Edson Fachin. Em setembro, o processo foi transferido ao ministro Luís Roberto Barroso, com a troca da Presidência da Corte. Após sua aposentadoria antecipada, o caso ficou sem relator.

Como a ação não poderia retornar a Fachin (por ele ocupar a Presidência do STF), a relatoria passou ao ministro seguinte na lista imediata em antiguidade: Alexandre de Moraes. Segundo a assessoria da Corte, o processo será novamente redistribuído ao ministro que ocupar a vaga de Barroso.

 

Por: Poder360

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