Porco que pasta como boi? Raça promete mudar a suinoculturaO avanço agrícola foi o primeiro passo da Nutribras rumo à autossuficiência. A aquisição de mais de 45 mil hectares permitiu ampliar a produção de grãos, reduzindo custos e garantindo o fornecimento de ração. Hoje, as lavouras da companhia registram produtividade acima da média regional, com 72 sacas de soja e 150 de milho por hectare. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Desde o ano 2000, a empresa utiliza biodigestores para gerar energia e adubo orgânico, abastecendo todas as suas propriedades e eliminando a dependência de energia externa. Com o tempo, o grupo passou a buscar soluções para aproveitar o excedente de biogás, antes queimado para evitar emissões diretas. O novo investimento da Nutribras, avaliado em R$ 80 milhões, é voltado à instalação de uma fábrica de purificação de biometano. O objetivo é transformar o biogás gerado pelos biodigestores em combustível veicular, substituindo o diesel em 50 caminhões da frota própria. A planta terá capacidade para produzir 30 mil m³ de biometano por dia, o equivalente a 30 mil litros de diesel, tornando a Nutribras carbono neutro e ainda permitindo a venda de excedentes para o mercado.

Segundo Lucion, a meta é crescer com sustentabilidade e eficiência, aproveitando o potencial agrícola de Mato Grosso e os diferenciais competitivos do modelo integrado. “Aqui é o local mais barato do mundo para se produzir suíno ou aves”, destaca. A história da Nutribras começou em 1984, em Abelardo Luz (SC), quando a família Lucion integrava a cadeia da Seara. Na década de 1990, buscando reduzir custos com ração, que representa 70% do custo total da suinocultura, o grupo migrou para o Mato Grosso, atraído pela abundância de milho e soja. Em 2000, a suinocultura foi transferida integralmente para o Centro-Oeste. Com o crescimento da produção e a limitação dos frigoríficos regionais, surgiu a necessidade de verticalizar o negócio. Em 2011, após dois anos de obras, o grupo inaugurou seu próprio frigorífico, agregando valor ao produto e reduzindo custos logísticos. “Ao invés de levar três carretas de milho, levava uma de carne”, resume o empresário. Atualmente, 90% da produção da Nutribras é destinada ao mercado interno, com forte presença nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. O grupo atua com marca própria, e cerca de 8% das vendas são exportadas para países da América do Sul, Ásia e Leste Europeu. A habilitação para exportar à China está em andamento, e o plano é elevar a fatia de exportações para 15% até 2030. Parte da estratégia de diferenciação está na aposta na genética Duroc, uma linhagem de suínos americana que confere carne marmorizada e macia, posicionando a Nutribras no segmento premium. “A autossuficiência não gera um preço maior, mas permite acessar mercados mais exigentes e garantir estabilidade a longo prazo”, explica Lucion. Com o ciclo produtivo fechado, da lavoura ao varejo, passando pela energia limpa, a Nutribras se consolida como referência nacional em suinocultura sustentável. O grupo prova que é possível unir eficiência produtiva, responsabilidade ambiental e competitividade internacional, transformando resíduos em energia e desafios em oportunidades.





