O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), já falou com ao menos 35 líderes de outros países desde o começo de seu 2º mandato, em 20 de janeiro, considerando encontros presenciais e telefonemas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não está na lista. O tarifaço de 50% a produtos brasileiros entra em vigor nesta 4ª feira (6.ago.2025), à 1h01 (horário de Brasília).
O republicano já falou ao menos 4 vezes com representantes de Canadá, Israel, Rússia, Ucrânia, México e Reino Unido. Contando somente encontros presenciais, Trump se encontrou com 21 líderes, incluindo os presidentes sul-americanos Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), da Argentina, e Daniel Noboa (Ação Democrática Nacional, direita), do Equador.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer (Partido Trabalhista, centro-esquerda), lidera a lista das conversas com Trump. Em 2º lugar, vêm o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita) e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro). Ao todo, Trump falou mais vezes com líderes de esquerda ou centro-esquerda do que de direita ou centro-direita. Foram 31 encontros presenciais e 42 ligações –58%.
Apesar da falta de contato entre os presidentes brasileiro e norte-americano, nenhum dos 2 demonstrou interesse real em dialogar sobre qualquer assunto. As únicas declarações positivas de um lado para o outro foram meramente protocolares, como quando Lula parabenizou Trump pela posse.
O petista e o republicano já trocaram críticas em diversas ocasiões. Na cúpula do Brics, por exemplo, Lula reforçou o plano do grupo de usar moedas locais em transações comerciais, reduzindo a dependência do dólar. Em retaliação, Trump prometeu novas tarifas de 10% “a todos que se alinharem às políticas antiamericanas do Brics”.
A tensão mais recente entre os 2 países se deu com a taxação de 50% a produtos brasileiros, motivada pelo que Trump chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Trump, que evita ao máximo citar Lula nominalmente, afirmou que poderia conversar com o petista em algum momento, “mas não agora”.