O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas) durante reunião do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), na 3ª feira (5.ago.2025). O chefe do Executivo disse ser preciso “decapitar” o presidente de um país que tenha alguém passando fome.
“A gente vai mudando aos poucos, mas está longe para mudar. Não é uma coisa fácil. Para a gente poder ter mais liberdade de atuação, você precisa construir mais. A gente, se deixar o governo e entrar uma coisa qualquer nesse país, a fome volta outra vez. Porque não é prioridade. Não deveria ser um compromisso do governo. Deveria ser uma obrigatoriedade constitucional. Num governo que tiver alguém passando fome, tem que decapitar o presidente”, declarou em seu discurso.
Assista ao vídeo (1min47s):
Lula chorou ao contar uma história de quando trabalhava em fábrica, na década de 1960, e que não tinha o que comer no horário de almoço com os colegas de empresa.
“A Villares [antiga fábrica em São Bernardo do Campo] não tinha refeitório. As pessoas iam comer no bar ou levavam marmita. Eu estava em uma situação tão precária que eu não tinha levado marmita. Eu fui para o bar e os companheiros, como você era novo de fábrica, ficavam oferecendo comida para você. Cada vez que eles colocavam um sanduíche de mortadela na boca, eu me imaginava comendo aquele sanduíche. Eu ficava lá o tempo inteiro, com vergonha de dizer que estava com fome e voltava para trabalhar. (…) Isso aconteceu várias vezes”, disse o presidente.
Com os olhos vermelhos de lágrimas, Lula se emocionou e interrompeu o seu discurso aos soluços.
Assista (3min):
Segundo a FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o Brasil reduziu a insegurança alimentar grave para menos de 2,5% da população.
Na reunião, Lula declarou que pretende ser “cada vez mais esquerdista e socialista”.
Eis o que disse o presidente: “O Brasil pode fazer mais e a gente pode melhorar muito a situação do país. A gente pode fazer muito mais coisa do que estamos fazendo. Esse é o desafio de quem já foi eleito 3 vezes. Cada vez mais eu tenho que fazer mais. Significa que cada vez vou ficar mais esquerdista, mais socialista e vou ficar achando que a gente pode mais”.
Mais cedo, o petista disse que queria fazer da semana em que foi divulgada a notícia da ONU uma “festa”, mas que o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), atrapalhou.
O grupo é responsável pela gestão intersetorial de políticas públicas e a articulação entre as 3 esferas de governo (federal, estadual e municipal), com a participação da sociedade civil.