• Quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Sua vaca não levanta? Entenda o perigo da Hipocalcemia e como evitar

Hipocalcemia custa mais de R$ 600 por vaca. Entenda a febre do leite, veja dados da Embrapa e descubra como o manejo nutricional evita esse prejuízo

Pesquisas apontam que a forma “silenciosa” da doença atinge mais de 50% do rebanho e pode gerar prejuízos superiores a R$ 600,00 por animal; veja como o manejo nutricional blinda sua produção No ciclo da pecuária leiteira, o período de transição é o “calcanhar de Aquiles” do produtor. Entre as 48 e 72 horas após o parto, o risco de a vaca não levantar acende um alerta vermelho na fazenda. O diagnóstico provável é a Hipocalcemia, popularmente conhecida como “febre do leite” ou “síndrome da vaca caída”. Embora a imagem da vaca caída seja dramática, dados recentes mostram que o prejuízo maior está onde os olhos não veem. Segundo levantamentos compilados pelo portal especializado MilkPoint e estudos da Embrapa, a forma subclínica (sem sintomas visíveis) da doença pode acometer mais de 50% das vacas multiparas nos rebanhos brasileiros. O impacto no bolso é imediato: estima-se que cada caso subclínico custe, em média, mais de R$ 600,00, devido à queda na produção e custos veterinários, enquanto casos clínicos podem ultrapassar R$ 1.500,00 de prejuízo por animal.
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    Fisiologia da Hipocalcemia: O “Dreno de Cálcio” A Hipocalcemia não é uma doença infecciosa, mas uma falha metabólica aguda. Estudos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) explicam que a produção de colostro exige uma quantidade massiva de cálcio. Para produzir apenas 10 litros de colostro, uma vaca drena cerca de nove vezes a quantidade de cálcio presente em sua corrente sanguínea. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Em condições normais, o organismo combate a Hipocalcemia liberando o hormônio paratormônio (PTH). A função do PTH é “sequestrar” cálcio dos ossos para equilibrar o sangue. Porém, em vacas de alta genética, essa demanda é tão violenta que o mecanismo trava, gerando o quadro de Hipocalcemia aguda. Dado de Pesquisa: Animais afetados pela doença têm 3,7 vezes mais chances de desenvolver deslocamento de abomaso e reduzem em até 14% a produção total de leite na lactação (Fonte: Journal of Dairy Science). Sintomas da Hipocalcemia: Do tremor ao risco de morte Identificar a Hipocalcemia exige olhar clínico treinado, pois ela evolui rapidamente. O produtor deve estar atento a três estágios principais:
  • Estágio 1 (Excitação): O animal ainda está em pé, mas apresenta tremores musculares e ataxia, sinais iniciais de Hipocalcemia.
  • Estágio 2 (Decúbito Esternal): A vaca deita e não levanta. Surge o sinal clássico de auto auscultação (cabeça apoiada no flanco), indicando agravamento da Hipocalcemia.
  • Estágio 3 (Coma): O animal entra em decúbito lateral, perde a consciência e corre risco iminente de morte por parada cardiorrespiratória.
  • Como prevenir a Hipocalcemia: Protocolo Nutricional Sua vaca não levanta? Entenda o perigo da Hipocalcemia e como evitar
    Foto: Divulgação
    Especialistas são unânimes: o tratamento é emergencial, mas o lucro está na prevenção da Hipocalcemia. O protocolo moderno se baseia em dois pilares: 1. Dieta Aniônica contra a Hipocalcemia Oferecida nos 30 dias pré-parto, essa dieta foca na redução do Potássio (K) e uso de sais aniônicos. Isso cria uma leve acidose metabólica que “treina” o organismo da vaca para mobilizar o cálcio, evitando a Hipocalcemia no momento crítico. 2. Reposição Oral Imediata (Drench) A estratégia mais eficaz pós-parto é o fornecimento de cálcio de absorção rápida. Tecnologias como o Power Drench são essenciais para combater a Hipocalcemia imediatamente após o nascimento do bezerro. A recomendação técnica é diluir 1 kg do produto em 20 litros de água morna. Essa prática ataca a Hipocalcemia em três frentes:
  • Correção Mineral: Repõe o cálcio rapidamente.
  • Balanço Energético: Combate a cetose secundária.
  • Fator Mecânico: O volume de líquido ajuda a prevenir o deslocamento de abomaso.
  • Investir no manejo preventivo da Hipocalcemia blinda o patrimônio do produtor e garante a longevidade do rebanho. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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