Prejuízo dos Correios quintuplica no 2º trimestre, para R$ 2,6 bilhões
Já nos seis primeiros meses deste ano, o prejuízo dos Correios foi de R$ 4,37 bilhões – o triplo do resultado negativo de um ano antes
Em meio a uma forte queda nas receitas e ao aumento das despesas, os registraram um crescimento significativo de seu no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela estatal na noite dessa sexta-feira (5/9).
Segundo os números reportados pela companhia, o prejuízo no período entre abril e junho de 2025 ficou em R$ 2,64 bilhões.
O resultado negativo é quase cinco vezes maior do que o prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 553,2 milhões.
Já no acumulado dos seis primeiros meses deste ano, o prejuízo dos Correios foi de R$ 4,37 bilhões – o triplo do resultado negativo reportado no primeiro semestre de 2024 (R$ 1,35 bilhão).
No segundo trimestre de 2025, a receita bruta de vendas dos Correios somou R$ 4,4 bilhões, o que representou uma queda nominal de 11,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar de o setor de encomendas ter se mantido praticamente estável, houve uma queda expressiva no segmento de postagem internacional, afetado pelo programa . No segundo trimestre, as receitas desse setor foram de R$ 422,1 milhões, um tombo anual de 63,6%.
O Remessa Conforme é um programa criado pela Receita Federal que certifica empresas de comércio eletrônico para seguirem regras de importação diferenciadas. Comprando nesses sites, o consumidor paga os impostos antecipadamente, no ato da compra dos produtos. Com isso, a informação chega mais rapidamente à Receita, e a encomenda, geralmente, fica menos tempo nas alfândegas e é entregue de forma mais rápida.
Os sites que aderiram ao programa são obrigados a mostrar, na página de cada produto oferecido, que ele é proveniente do exterior, será importado e constará em uma declaração de importação, além do valor total cobrado do comprador.
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O que dizem os Correios
De acordo com a companhia, “apesar das medidas estratégicas, os Correios enfrentam restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas”.
“Entre os principais motivos, destaca-se a retração significativa do segmento internacional, em razão de alterações regulatórias relevantes nas compras de produtos importados, que provocaram a queda do volume de postagens e o aumento da concorrência, resultando na redução das receitas vinculadas a esse segmento”, explica a estatal.
Os informam ainda que “implementaram um plano de recuperação que contempla um conjunto de iniciativas de eficiência”. “Para monitorar e coordenar essas ações, foi instituído o Comitê Executivo de Contingência, formado pelo corpo diretivo da empresa, com a atribuição de estabelecer diretrizes e supervisionar medidas voltadas a restabelecer o equilíbrio da liquidez imediata e implementar um programa abrangente de reequilíbrio econômico”, diz a empresa.
Segundo os Correios, “as ações priorizam o incremento de receitas, por meio da diversificação de serviços e da expansão da atuação comercial, bem como a otimização e racionalização das despesas e a redução de custos operacionais, preservando a universalização dos serviços e assegurando ganhos de produtividade e sustentabilidade financeira”.
Financiamento
Os Correios também destacaram a busca por um financiamento de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (), o chamado “banco do Brics”.
Inicialmente, o Brics era um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China – depois entrou a África do Sul. Recentemente, o bloco se expandiu e atualmente inclui países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
O empréstimo junto ao banco dos Brics já recebeu autorização da Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) e prevê um prazo de 240 meses, com 60 meses de carência.
“[O financiamento] Viabilizará o financiamento de projetos voltados à descarbonização com a transição para alternativas de energia renovável; otimização das operações logísticas por meio da modernização de instalações, automação de processos e construção de novos centros logísticos; transformação digital com a adoção de inteligência artificial, automação avançada e digitalização; e capacitação institucional e gestão de projetos”, afirmam os Correios.
A empresa estatal tem como presidente o advogado Fabiano Silva, . O documento foi entregue a Lula em julho, mas até agora Fabiano continua à frente da companhia.
Por: Metrópoles