Conheça o cavalo Quarab, que une força, beleza e resistência em um só animalA negligência nesse aspecto compromete não apenas o bem-estar do animal, mas a eficiência zootécnica do sistema de produção, elevando índices de descarte, tempo de recuperação e gastos com terapias corretivas. Este artigo apresenta uma abordagem técnica sobre a importância do casqueamento, seus fundamentos biomecânicos, periodicidade recomendada, consequências da omissão e diretrizes de boas práticas no manejo podal. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Fundamentos anatômicos e biomecânicos do casco O casco é composto por diversas estruturas especializadas: muralha, sola, linha branca, ranilha, lâmina córnea e tecidos dérmicos adjacentes. Além da função de proteção, o casco possui papel essencial na:
Por que os cavalos devem ser casqueados
Na zootecnia equina, poucos elementos exercem influência tão direta sobre a funcionalidade e a longevidade do animal quanto os cascos
Na zootecnia equina, poucos elementos exercem influência tão direta sobre a funcionalidade e a longevidade do animal quanto os cascos Muitos já diziam: “Cavalo começa com C de casco por um motivo importante!” Muito além de uma estrutura córnea terminal, o casco integra o sistema locomotor e circulatório periférico, atuando como elo fundamental na biomecânica do movimento e no suporte fisiológico da massa corporal. Sua conformidade anatômica e integridade estrutural são essenciais para garantir homeostase locomotora, desempenho atlético, equilíbrio postural e prevenção de patologias ortopédicas. Nesse contexto, o casqueamento profilático e corretivo desponta como um dos manejos técnicos mais relevantes dentro da cadeia produtiva equina. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Dissipação de energia cinética durante o impacto com o solo Estabilização das articulações distais (interfalangianas e metacarpo/metatarso-falângicas) Atuação como bomba auxiliar de retorno venoso distal Preservação do alinhamento axial dos membros A integridade geométrica dessas estruturas é vital para manter a simetria de cargas e o alinhamento biomecânico dos aprumos. O crescimento contínuo do casco e a necessidade de intervenção mecânica Por ser um tecido queratinoso altamente vascularizado em sua origem, o casco cresce de forma contínua, com uma taxa média entre 8 e 10 milímetros por mês, dependendo de variáveis como genética, nutrição, idade e tipo de piso. Esse crescimento, quando não submetido a desgaste natural proporcional ou manejo técnico, leva a: Desbalanços podais Alterações angulares (valgismo, varismo, distocia axial) Hiperextensão dos tendões flexores Pressão excessiva sobre a linha branca e ranilha O casqueamento atua como instrumento de contenção e correção dessas alterações, promovendo o reequilíbrio biomecânico e prevenindo sobrecargas articulares e tendíneas.
Patologias associadas à ausência ou má execução do casqueamento A ausência de casqueamento ou sua realização incorreta favorece o surgimento de uma série de enfermidades locomotoras e infecciosas. As mais frequentes incluem: Laminite crônica ou subclínica Fissuras longitudinais e transversais da muralha Abcessos subsolares Desvio de quartelas e aprumos compensatórios Infecções fúngicas ou bacterianas secundárias à má conformação podal Segundo dados do setor, mais de 70% dos casos de claudicação observados em equinos esportivos ou de tração derivam de alterações estruturais no casco ou da ausência de casqueamento profilático.Periodicidade técnica recomendada para casqueamento Embora o intervalo padrão varie entre 6 a 8 semanas, a periodicidade deve ser ajustada conforme os seguintes fatores: Tipo de solo (abrasivo, arenoso, úmido ou pedregoso) Nível de atividade física do animal Predisposições anatômicas e genéticas Clima da região e índices de umidade Condições sanitárias e frequência de exposição à lama ou umidade constante Um acompanhamento individualizado e criterioso deve ser estabelecido com base em inspeções regulares, preferencialmente conduzidas por um casqueador ou ferrador técnico habilitado.
Casqueamento e ferrageamento: distinções técnicas e critérios de aplicação O casqueamento é um manejo mecânico e anatômico de correção e manutenção do casco natural. Já o ferrageamento envolve a aplicação de estruturas metálicas ou compostas (ferraduras), com a finalidade de proteção, correção biomecânica ou compensação ortopédica. Critérios para aplicação de ferraduras incluem: Atividades com alto impacto ou carga repetitiva Patologias podais com perda de estrutura ou sensibilidade exacerbada Conformações defeituosas de origem genética ou traumática Indicação veterinária ortopédica específica Importante destacar que nem todos os cavalos necessitam de ferraduras, mas todos exigem casqueamento regular. Qualificação técnica: por que confiar o manejo podal a profissionais especializados O casco é uma estrutura tridimensional que exige conhecimento aprofundado em anatomia equina, biomecânica e avaliação postural. O casqueamento mal executado pode:
Comprometer a estabilidade dos aprumos Induzir dor, inflamação e claudicação Alterar permanentemente o eixo mecânico dos membros Potencializar lesões tendíneas ou articulares O profissional capacitado utiliza parâmetros técnicos — como eixo digital, centro de carga e ângulos de aprumo — para executar cortes precisos, seguros e individualizados. Diretrizes técnicas de boas práticas no manejo dos cascos Inspeção diária visual e tátil dos cascos Higienização periódica com ferramentas adequadas Ambiente seco e arejado para repouso do animal Registro fotográfico e documental do histórico de casqueamentos Planejamento estratégico anual de intervenções profiláticas A adoção sistematizada dessas práticas minimiza riscos ortopédicos e promove longevidade funcional do equino.
A manutenção da conformidade podal por meio do casqueamento não é uma medida estética ou acessória, mas uma intervenção zootécnica de base, determinante para a saúde, produtividade e sustentabilidade da criação equina. Ignorar a importância desse manejo significa comprometer a integridade locomotora do animal e colocar em risco a viabilidade econômica do sistema produtivo. O casqueamento deve ser incorporado ao protocolo técnico da propriedade, com acompanhamento especializado e foco preventivo. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS: Inseminação artificial e o impacto de um manejo reprodutivo bem definido Cavalo de R$ 12 milhões morre com suspeita de intoxicação por ração e expõe crise sem precedentes na equinocultura ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Por: Redação