• Segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Pesquisadores desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia que trata feridas em animais

Produto inovador - gel cicatrizante à base de tilápia - promete revolucionar os cuidados veterinários com uso sustentável da pele do peixe, sem necessidade de sacrifício

Produto inovador – gel cicatrizante à base de tilápia – promete revolucionar os cuidados veterinários com uso sustentável da pele do peixe, sem necessidade de sacrifício Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, estão transformando a forma de tratar feridas em cães e gatos. Um projeto inovador desenvolvido por docentes e alunos do Departamento de Ciências Farmacêuticas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da instituição resultou na criação de um gel cicatrizante à base da pele da tilápia, que vem mostrando resultados significativos já na primeira semana de tratamento. Inovação que respeita a vida animal Coordenado pelo professor Flavio Luís Beltrame, o estudo destaca-se por não exigir o sacrifício das tilápias. O colágeno utilizado é extraído da pele do peixe por meio de um processo de hidrólise conduzido pela equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no campus de Jandaia do Sul. O material é enviado à UEPG em forma líquida, onde passa por secagem e é transformado em pó, base para a formulação do gel.
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    Segundo Beltrame, o gel atua promovendo uma reestruturação da pele ferida dos animais, e os primeiros testes clínicos, com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, indicam uma cicatrização mais rápida em comparação a outros tratamentos. A formulação tem sido aplicada principalmente em feridas de primeira e segunda intenção, como aquelas decorrentes de castrações ou traumas. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Da bancada ao consultório veterinário A ideia começou há cerca de quatro anos, a partir de uma pesquisa liderada pelo professor Eduardo César Meurer, da UFPR. A parceria com a UEPG nasceu com o então mestrando e médico veterinário Rodrigo Tozetto, que atualmente dá continuidade ao estudo em nível de doutorado, orientado pela professora Priscileila Ferrari. A equipe realizou testes in vitro e in vivo, inclusive com camundongos e ratos, e obteve resultados promissores. Em paralelo, os pesquisadores avaliam a estabilidade físico-química do produto, sua validade, e seu comportamento diante de variações de temperatura e umidade. A mestranda Ana Carolina Ventura, por exemplo, está desenvolvendo um hidrogel derivado da mesma matéria-prima, aplicando o produto duas vezes ao dia em animais sob acompanhamento. Já foram tratados 44 animais, entre cães e gatos. Entre eles está a gata Pixy, resgatada com feridas graves nas pernas e barriga. Após o tratamento, a melhora foi visível: “Agora ela está muito alegre e brinca com a gente”, relatou a doutoranda Anna Claudia Capote. gel à base de tilápia que trata feridas em animais
    Fotos: Jéssica Natal
    Reconhecimento e próximos passos para o gel cicatrizante à base de tilápia O projeto recebeu reconhecimento estadual ao ser contemplado com o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), promovido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Fundação Araucária e o Sebrae-PR. Pela primeira vez na história, a UEPG foi premiada, recebendo um cheque simbólico de R$ 200 mil e um certificado de excelência. Com os recursos, os pesquisadores pretendem ampliar a estrutura da pesquisa, possibilitando que toda a cadeia produtiva — da extração do colágeno à produção do gel cicatrizante à base de tilápia — seja realizada dentro da UEPG. O objetivo é criar um portfólio diversificado de produtos veterinários, abrir o caminho para registro de patentes e buscar parcerias com universidades e empresas para comercialização em larga escala. gel à base de tilápia que trata feridas em animais
    Fotos: Jéssica Natal
    “Acreditamos nas patentes que geramos desta tecnologia e esperamos encontrar universidades e empresas parceiras para a comercialização”, conclui o professor Flavio Beltrame.
    Por: Redação

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