O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, minimizou nesta 2ª feira (4.ago.2025) o possível impacto do tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros em relação aos postos de trabalho no Brasil. Ele disse não “enxergar viabilidade” quanto à magnitude das taxas.
“O mundo não vai acabar. Podemos ter tranquilidade com isso que o mundo continuará lindo, firme e forte, se Deus quiser”, declarou Marinho em entrevista a jornalistas.
O ministro disse avaliar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), “não tem tanta convicção” sobre as tarifas. Declarou que o líder norte-americano “voltou atrás” em relação à sobretaxa de 40% em cima de diversos setores.
“Está ‘clarinho’ que não existe essa inicial fala do presidente americano de um deficit em desfavor dos Estados Unidos, é muito pelo contrário, é em desfavor do Brasil. Então, se alguém tem alguma razão de reclamar, somos nós”, declarou.
Segundo Marinho, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “inteiramente à disposição” das negociações com a Casa Branca e com demais países. Ele reforçou os laços históricos entre Brasil e EUA e mencionou a complementaridade comercial das duas nações.
“Não existe negociação onde um lado sai reclamando e o outro cantando vitória. É preciso que ambos os lados queiram negociar”, disse.
De acordo com o titular do Ministério do Trabalho e Emprego, o foco diz respeito às relações comerciais, e não à soberania. “É não misturar alhos com bugalhos”, declarou.
O ministro afirmou que técnicos do governo brasileiro ainda avaliam medidas a serem tomadas. Ao ser questionado mais de uma vez sobre o impacto sobre a criação de empregos no 2º semestre, disse ainda que a situação “preocupa”.
Marinho falou sobre o tema ao comentar dados de empregos em junho. O Brasil criou 166,6 mil postos com carteira assinada em junho de 2025. Trata-se de um recuo de 19,2% ante o mesmo período em 2024, quando houve saldo positivo de 206,3 mil postos de trabalho.
Os dados foram divulgados nesta 2ª feira (4.ago.2025) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Eis a íntegra (PDF – 1 MB) da apresentação.
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado. A mediana das estimativas dos agentes financeiros consultados pelo Poder360 indicava a criação de cerca de 175 mil empregos no mês.