• Segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Alckmin vai avaliar restituição ampla aos afetados pelo tarifaço

Crédito de 3% do valor vendido valia só para as pequenas empresas, nos moldes do programa Acredita Exportação.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta 2ª feira (4.ago.2025) que os setores produtivos pediram a ampliação do programa Acredita Exportação para todas as empresas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos de Donald Trump (Partido Republicano).

“O pleito deles é que haja [ampliação da abrangência] para as médias e grandes empresas […] Vamos avaliar o custo disso”, declarou Alckmin a jornalistas na sede do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), em Brasília.

O Acredita Exportação foi sancionado ao fim de julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Oferece a restituição de 3% das receitas de vendas ao exterior de micro e pequenas empresas brasileiras. O pleito agora é que as companhias de todos os portes tenham acesso ao benefício.

A medida faria parte do chamado plano de contingência contra o tarifaço. Trump determinou uma taxa de 50% contra as importações brasileiras que chegam aos EUA. Começa a valer em 7 de agosto. Na prática, vai tornar o comércio exterior do Brasil mais caro.

Alckmin se reuniu durante a tarde com ministros e representantes do setor produtivo. O encontro foi marcado por críticas à forma como o time de Lula tem lidado com o apoio aos afetados pelo tarifaço.

Presidente da Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), Eduardo Lobo saiu do Mdic afirmando que o compromisso foi “frustrante”. Para ele, o governo deveria agir mais rápido para encontrar uma solução.

“Muito frustrante, momentaneamente. A gente reconhece que existe uma preocupação. Mas uma medida efetiva não chegou ainda”, disse Lobo.

Alckmin voltou a declarar que o plano inclui linhas de crédito e compras de produtos pelo governo local. Apesar disso, não informou quando as ações serão anunciadas, nem quais as perspectivas diferenciadas para os setores.

“O plano de contingência prevê várias medidas. Prevê crédito, pode prever compras governamentais. Não tem uma proposta. Tem várias medidas que devem estar sendo concluídas e aí vão ser anunciadas”, disse sem dar um dia específico.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também falou à imprensa. Assim como o vice-presidente, deu poucos detalhes sobre as medidas de alívio ao impacto das tarifas.

Segundo ele, há uma vontade de redirecionar exportações que iriam aos Estados Unidos para outros compradores. Isso poderia ser feito com incentivos sanitários e burocráticos, por exemplo.

Ele mencionou que há 398 potenciais novos mercados, mas citou nominalmente só transações com Japão, Reino Unido e Vietnã.

Ao citar “mercados”, o ministro se refere à combinação de um produto em um país. Ou seja, mais de uma mercadoria pode ir a nações diferentes.

“É um processo que a gente vai intensificar para minimizar os impactos E, com isso, é estruturante”, afirmou Fávaro.

Por: Poder360

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