O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 2ª feira (4.ago.2025) que procura “despolitizar o debate” sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos Brasil.
Em entrevista à Band News, Haddad declarou que a oposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a situação para promover interesses eleitorais e se mobilizou “contra os interesses nacionais”.
“O comércio internacional não pode ser utilizado para interesses eleitoras de quem quer ver nosso país governado por forças que queiram entregar as riquezas nacionais, incluindo as terras raras, minerais críticos, a questão da regulação das big techs e do Pix”, afirmou.
Haddad reafirmou que deve ter uma reunião nesta semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para discutir os efeitos do tarifaço. Inicialmente prevista para 1º de agosto, a medida de Donald Trump (Partido Republicano) foi adiada para 7 de agosto.
Além disso, 694 produtos foram excluídos das taxas adicionais que elevariam as tarifas totais para 50%. Suco de laranja, aeronaves civis e castanhas são alguns dos exemplos.
O decreto de Trump sobre as tarifas diz que o objetivo é “lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”. Eis as íntegras do decreto e do comunicado em português e em inglês.
Contudo, o texto também cita “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Há uma série de questões que precisam ser levadas a consideração por um país, que até outro dia era nosso parceiro, para que ele entenda o funcionamento da nossa democracia, que é diferente da de lá”, disse.
Segundo Haddad, a democracia brasileira foi além da norte-americana. “Em vários tópicos nós estamos até um pouco a frente. Não sou eu que estou dizendo, são cientistas políticos dos EUA que dizem que o Brasil é mais exemplo de democracia do que muitos países pioneiros da instituição democracia”, declarou.