Com caça proibida, javalis invadem Amazônia com aval do Ibama e ameaçam maior ecossistema do planeta“O grosso do desmatamento é feito pela especulação imobiliária”, afirmou. “Garanto a vocês que [o desmatamento ilegal] não é com o intuito de fazer pecuária, porque a maioria dos pecuaristas falam que o negócio não é rentável.” Na prática, as áreas desmatadas ilegalmente acabam valendo mais do que as preservadas, o que cria um incentivo econômico para a destruição da floresta. Lúcio defende que enquanto houver mercado para terras desmatadas de forma ilegal, o ciclo continuará. “O dia em que a terra desmatada ilegalmente não tiver mercado, o desmatamento acaba. É simples assim”, disparou. Defesa da pecuária legal e sustentável Apesar de representar os interesses dos produtores, Mauro Lúcio buscou se diferenciar de práticas predatórias e reforçou o compromisso com a pecuária legal, que respeita o Código Florestal e promove uso consciente da terra. Em sua fala, ele enfatizou a importância de investir na recuperação de pastagens, manejo adequado e aumento da fertilidade do solo, criando uma pecuária mais produtiva, com menos impacto ambiental. “Nas áreas em que a gente pode trabalhar, devemos melhorar o manejo das pastagens e a fertilidade do solo. Isso traz dignidade, qualidade de vida e um bom nível de lucratividade”, explicou. Crítica direta à ausência de fiscalização e à “farra fundiária” que causa o desmatamento O ponto mais crítico do discurso foi direcionado à fragilidade na fiscalização e regularização fundiária no Brasil, que, segundo o pecuarista, facilita a comercialização de áreas invadidas e desmatadas. Comparando com o rigor na venda de um carro, ele ironizou: “Uma fazenda que não está dentro da legalidade é vendida e transferida normalmente. A gente não consegue fazer isso nem com um carro que tem multa!” Segundo ele, a aplicação rigorosa das leis fundiárias seria suficiente para estancar o avanço do desmatamento, sugerindo que o problema está mais na omissão das autoridades do que na ausência de legislação. Um discurso raro vindo “de dentro da porteira” A fala de Mauro Lúcio chama atenção não apenas pelo conteúdo, mas por vir de um representante do próprio setor agropecuário, historicamente associado aos índices de desmatamento. Ao assumir um discurso pró-floresta e ao denunciar a especulação fundiária como inimiga do desenvolvimento sustentável, ele amplia o debate sobre a responsabilidade compartilhada e a necessidade de políticas públicas eficazes. O TEDxAmazônia, evento que reúne nomes influentes em ciência, cultura, política, inovação e meio ambiente, se consolida como palco estratégico para esse tipo de provocação. Com a COP30 se aproximando — e com Belém como sede —, o Brasil vive um momento crucial para rever a governança sobre seu território e transformar discursos como o de Mauro Lúcio em medidas concretas. Com informações do TEDxAmazônia / UOL Ecoa
“O grosso do desmatamento é feito pela especulação imobiliária”, afirma líder pecuarista
No TEDxAmazônia, Mauro Lúcio defende a pecuária legal e denuncia falhas na fiscalização fundiária, afirmando que "o grosso do desmatamento é feito pela especulação imobiliária", como motor do desmatamento
No TEDxAmazônia, Mauro Lúcio defende a pecuária legal e denuncia falhas na fiscalização fundiária, afirmando que “o grosso do desmatamento é feito pela especulação imobiliária”, como motor do desmatamento Durante o TEDxAmazônia, realizado em Belém (PA) como prévia da COP30, o pecuarista Mauro Lúcio, presidente da Associação de Criadores do Pará (Acripará), surpreendeu ao fazer uma denúncia incisiva: a principal força por trás do desmatamento ilegal na Amazônia não é a pecuária em si, mas sim a especulação imobiliária rural. Em um ambiente majoritariamente voltado à preservação ambiental, a fala do produtor gerou repercussão e trouxe à tona um tema sensível no debate entre agro e sustentabilidade. Segundo Mauro Lúcio, muitos dos desmatamentos hoje registrados na região amazônica têm como objetivo apenas valorizar terras. O processo, segundo ele, é simples e perverso: desmata-se a floresta, planta-se pasto — pois é barato — e espera-se a valorização do imóvel, mesmo sem intenção real de criar gado. O pecuarista foi enfático: Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação