O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu em sua deleção premiada e durante o depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 2ª feira (9.jun.2025). Disse que o militar tem “uma memória absolutamente seletiva, lembra de alguns fatos e esquece de outros”.
Segundo a defesa do ex-presidente, Cid citou em depoimento à PF (Polícia Federal) uma reunião de Bolsonaro com empresários que nunca existiu.
“A reunião com os empresários nunca aconteceu, eles não entraram no Planalto, ele está fazendo uma narrativa de uma reunião que não existiu. Então assim, é dessa pessoa que estamos na mão. Não [consta] entrada no Palácio, não está na agenda, não tem como ter tido. E aí ele narra para um general do Exército que teve reunião. É mentira, não teve reunião”, disse a jornalistas.
Assista (3min6s):
Durante a audiência, Vilardi reproduziu o áudio em que Mauro Cid conta que empresários pressionaram Bolsonaro para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. Questionado pelo advogado sobre para quem seria mensagem, o tenente-coronel disse “não se lembrar”, mas que deve ter sido para o general Freire Gomes.
O áudio foi encontrado pela PF durante as investigações. Na gravação, Cid relata que o grupo de executivos se reuniu com Bolsonaro em 7 de novembro de 2022. Estariam no encontro o fundador da construtora Tecnisa, Meyer Nigri, e o dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang.
Vilardi alega que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro se contradiz em todos os depoimentos. Ou que se esquiva quando é questionado. Disse, porém, que o interrogatório do tenente-coronel foi “extremamente positivo” para a defesa.
“É essa pessoa que é o delator dessa ação penal. Uma pessoa que mente num diálogo com um general. Então assim, é fácil depor quando você tem uma memória seletiva, você fala, eu lembro disso e disso. Aí quando você entra para perguntar para ele contradições, ele fala, esqueci. Está lotado de contradições, desde o primeiro depoimento, esse é o sétimo depoimento, de novo diferente, não tem um depoimento idêntico”, disse o advogado.