Motta pauta PEC que dificulta denúncias criminais contra parlamentares
Governo ainda não se manifestou oficialmente
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta as denúncias criminais contra deputados e senadores foi pautada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para esta terça-feira (16).
A PEC determina que qualquer abertura de ação penal contra parlamentar depende de autorização prévia, em votação secreta, da maioria absoluta do Senado ou da Câmara. Além disso, a proposta concede foro no Supremo Tribunal Federal (STF) para presidentes de partidos com acentos no parlamento.
A chamada de PEC da Blindagem (PEC 3 de 2021), ou PEC das Prerrogativas, foi articulada pela maioria dos líderes da Câmara com o apoio da oposição liderada pelo Partido Liberal (PL). O governo ainda não se manifestou oficialmente sobre essa pauta.
Motta justificou que o projeto “fortalece a atividade parlamentar e foi defendida pela maioria da representação do Colégio de Líderes”. Hoje, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA) foi nomeado relator da proposta.
Brasília (DF), 23/05/2023 - O deputado Cláudio Cajado (PP-BA) é nomeado relator da PEC. Foto-arquivo: Marcelo Camargo/Agência Brasil - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Caso a PEC seja aprovada, processos judiciais, seja por desvio de emendas parlamentares ou outros crimes, só poderão ser julgados no STF com autorização dos parlamentares
Em conversa com jornalistas, o deputado Cajado tentou convencer que o texto não seria uma autorização para “maus feitos”, mas apenas uma “proteção” para os deputados exercerem sua função sem medo de “perseguição política”.
“Isso aqui não é uma licença para abusos do exercício do mandato, é um escudo protetivo da defesa do parlamentar, da soberania do voto e, acima de tudo, do respeito à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal”, justificou.
O texto apresentado pelo relator afirma que: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa”.
Em outro dispositivo, a PEC define que a decisão deve ser decidida “por votação secreta da maioria absoluta de seus membros, em até noventa dias a contar do recebimento da ordem emanada pelo STF”. Maioria absoluta significa a metade dos parlamentares da Casa mais um.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
No caso de prisão por crime inafiançável, é necessário manifestação, em 24 horas, da Câmara ou do Senado, por votação secreta. A Casa poderá suspender a prisão com maioria simples que, diferentemente da maioria absoluta, requer a maioria dos parlamentares presentes na sessão e não do total.
Sobre o voto secreto, o relator Claudio Cajado sustentou que a modalidade “nunca deu problema”. “Qual o problema do voto secreto? [É] para que todos tenham a sua consciência voltada para o pleno exercício da atividade parlamentar”, afirmou.
O relator justificou ainda a inclusão dos presidentes de partidos entre aqueles com direito ao foro por prerrogativa de função, só podendo ser processado pelo STF.
“Eles são ativistas na política. Eles complementam a atividade política. Então, qualquer processo sobre eles não tem que ter autorização, para ficar claro. Mas o foro fica sendo também igual aos dos deputados”, disse Cajado.
PEC blindagem
A PEC da Blindagem começou a ganhar força na Câmara dos Deputados após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e o motim da oposição que impediu os trabalhados legislativos por uma semana.
Os aliados do ex-presidente criticam as ações do STF contra deputados e senadores acusados de colaborar ou participar do movimento golpista que questionou, sem provas, as eleições presidenciais de 2022.
Brasília (DF), 26/06/2025 - O líder do PL na Câmara, Deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ). Foto-arquivo: Lula Marques/Agência Brasil - Lula Marques/Agência Brasil
Segundo o líder do PL, deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ), o objetivo é retomar o texto da Constituição de 1988 que condiciona a abertura de ação penal contra deputado ou senador a uma autorização prévia da Casa legislativa do parlamentar.
"Investigar pode. Para processar que será necessário autorização das Casas em até 90 dias", explicou Sostenes à Agência Brasil.
Constituição
Até 2001, a Constituição estabelecia que os parlamentares não poderiam ser processados criminalmente sem prévia licença de sua Casa.
Naquele ano, uma Emenda Constitucional, a 35/2001 retirou essa parte da Constituição, e os deputados passaram a ser processados sem autorização prévia do plenário da Câmara ou do Senado.
Atualmente, a Câmara ou Senado pode suspender o andamento de alguma ação, depois que ela já tenha sido aceita pelo Judiciário, desde que o crime tenha ocorrido após a diplomação e tenha relação com as funções do parlamentar.
Por: Redação
Artigos Relacionados:
Prefeitura de Cuiabá e forças de segurança interditam canil clandestino e criadouro de hamsters
há 5 minutos
Moraes dá 5 dias à PGR para se manifestar sobre ação contra Tarcísio
há 10 minutos
PL vai indicar Eduardo Bolsonaro como líder da minoria para tentar salvar mandato do deputado
há 14 minutos
Militares respeitam as decisões da Justiça de "forma heroica", diz Múcio
há 38 minutos
Motta convoca reunião nesta quarta para debater anistia a golpistas
há 53 minutos
Bolsonaro passa mal e é levado para hospital em Brasília
há 57 minutos
Prefeitos resistem a acordo de Mariana mesmo se adesão for reaberta
há 1 hora
Convocação de familiares do Careca do INSS causa bate-boca na CPI
há 1 hora
Eduardo agradece porta-voz da Casa Branca por apoio a Bolsonaro
há 1 hora
Bolsonaro é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações racistas
há 2 horas
Comissão aprova R$ 30 bi fora do arcabouço para conter tarifaço
há 2 horas
Ao vivo: CPI vota convocação de familiares do Careca do INSS
há 2 horas
Oposição nomeia Eduardo como líder da Minoria para driblar faltas
há 3 horas
Câmara deve votar PEC que inclui foro para presidentes de partidos
há 3 horas
Ato em SP condena anistia e defende democracia e soberania nacional
há 3 horas
Motta diz a líderes e governo que pautará anistia, e Planalto prepara reação
há 3 horas
EUA liberam visto a Lewandowski para Assembleia da ONU
há 3 horas
Hugo Motta troca relator da PEC da Blindagem na Câmara
há 4 horas
Zanatta aciona TCU contra contrato da Caixa com empresa de Eduardo Bueno
há 4 horas
Motta inclui PEC da blindagem na pauta e marca reunião sobre anistia
há 4 horas
Universalização do saneamento na Amazônia pode gerar R$ 330 bilhões
há 4 horas
Gleisi rebate Rubio e diz que governo de Trump é "ilegal e abusivo"
há 5 horas
Atraso de vistos para delegação brasileira é preocupante, diz ONU
há 5 horas
Gleisi diz que novas ameaças do governo Trump confirmam 'traição' de Bolsonaro