• Segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Memes nas redes sociais alimentam debate sobre 3º mandato de Trump

Montagens nas redes põem Trump contra Obama e sugerem volta de ex-presidentes em disputa que seria constitucionalmente impossível.

Vídeos com montagens que colocam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e o ex-mandatário Barack Obama (Partido Democrata) em corridas eleitorais e debate presidenciais fictícios no pleito de 2028 acumulam milhões de visualizações nas redes sociais. Memes em que Bill Clinton (Partido Democrata) desafia Trump em uma disputa que, na vida real, seria juridicamente impossível, também viralizam.

As hashtags “TrumpThirdTerm” e “ObamaThirdTerm” (3º mandato de Trump e 3º mandato de Obama, respectivamente, em tradução livre) estão entre as que alimentam uma onda de sátiras e provocações políticas. Mesmo nascidos no humor, os termos ajudam a manter no centro do debate a possibilidade de Trump tentar um 3º mandato na Casa Branca. Apesar da impossibilidade de uma nova reeleição, há debates sobre possíveis atalhos ou interpretações alternativas para isso.

 Eis o que seria necessário para que Trump concorresse novamente:

A ideia de um 3º mandato para Trump viralizou em 2025 como tema de memes, dublagens com IA e roteiros fictícios. Usam-se recursos de edição para simular debates, entrevistas e anúncios de campanha envolvendo Trump e Obama. Alguns vídeos retratam o momento da política norte-americana como se fosse uma série, com trailers dramáticos e estética de cinematografia.

O cenário jurídico diz que a 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, ratificada em 1951, estabelece que ninguém pode ser eleito presidente mais de duas vezes. Trump venceu as eleições de 2016 e 2024 –o que significa que, sem mudanças na lei, ele não poderia disputar novamente em 2028. Leia a íntegra da Constituição (PDF – 173 kB, em inglês).

Há, porém, uma tentativa formal de alterar essa regra. Em janeiro de 2025, o deputado Andy Ogles (Partido Republicano) apresentou uma proposta para permitir um 3º mandato apenas para presidentes com mandatos não consecutivos. O texto não beneficiaria Obama –eleito em 2008 e reeleito em 2012– nem Clinton –eleito em 1992 e reeleito em 1996–, ambos com 2 mandatos consecutivos.

Nos círculos trumpistas, discute-se ainda uma alternativa constitucional para Trump concorrer como vice-presidente de um aliado, que renunciaria após a posse.

Outra hipótese sustenta que a 22ª Emenda impede apenas a eleição para um 3º mandato, mas não a ascensão via sucessão. Essa interpretação, porém, não encontra respaldo nas cortes e é rejeitada pela maioria dos constitucionalistas.

O atual chefe da Casa Branca não descarta a ideia em suas declarações públicas. Em entrevista à NBC, em 30 de março, disse “não estar brincando” com a possibilidade de permanecer no poder e adicionou que haveria “métodos” para isso.

Em 31 de julho, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Dan Scavino (Partido Repulicano), compartilhou no X uma publicação destacando a reforma constitucional em El Salvador, que aboliu limites de mandato sob o governo de Nayib Bukele (Nuevas Ideas). A publicação foi interpretada como uma admiração à medida autoritária e suscitou críticas de analistas sobre inspiração em modelos de mandatos indefinidos nos EUA.

Apesar dos memes sobre a possibilidade de Trump, Obama e Clinton de volta às urnas, a realidade política e jurídica coloca barreiras para um 3º mandato presidencial nos EUA.

Ainda assim, a discussão tem valor estratégico e mantém Trump no centro das discussões, além de projetar incerteza e reforçar a narrativa de que ele é um líder capaz de desafiar as regras do sistema.

Por: Poder360

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