• Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Manifestação na Avenida Paulista contra feminicídio reúne 9.200

A mobilização foi convocada pelo movimento Levante Mulheres Vivas em diversas capitais brasileiras para protestar contra a escalada de casos de violência contra mulheres no Brasil.

Diversas capitais registraram manifestos contra o feminicídio neste domingo (7.dez.2025). O Monitor do Debate Político, da USP (Universidade de São Paulo) e a ONG More in Common calcularam que 9.200 pessoas estavam presentes na manifestação “Mulheres Vivas”, realizada na avenida Paulista, em São Paulo. O cálculo foi feito a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.

A mobilização foi convocada pelo movimento Levante Mulheres Vivas em diversas capitais brasileiras para protestar contra a escalada de casos de feminicídios no Brasil. 

Os participantes ocuparam os 2 lados de 3 quarteirões em frente ao museu. Em um dos momentos de maior mobilização, mulheres entoaram um coro de “parem de nos matar”. Outros lemas foram “nenhuma a menos”, “mulheres vivas” e “parem de nos matar”.

Estiveram presentes Erika Hilton (Psol), Guilherme Boulos (Psol), Eduardo Suplicy (PT), a bancada feminista do Psol, PSB, CUT e outras organizações de esquerda e movimento de lutas pelas mulheres. Havia também faixas de “Lula 2026”, em alusão a disputa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  O movimento afirma ser suprapartidário e independente pela vida das mulheres.

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A estimativa de público da manifestação foi realizada a partir da análise de imagens captadas em 3 horários distintos: 14h30, 15h45 e 16h. Ao todo, foram registradas 12 fotografias. Para o cálculo final, foram selecionadas 4 imagens feitas às 15h45, considerado o momento de maior concentração de pessoas no local. As fotos utilizadas cobriram toda a extensão do ato, sem sobreposição entre os registros.

Para a contagem da multidão, foi aplicado o método Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, em parceria com a empresa Tencent. O sistema foi treinado com um conjunto de dados de imagens de multidões da Universidade de Xangai e também com um banco de fotos brasileiras anotadas pela Universidade de São Paulo (USP).

O método funciona a partir de imagens aéreas feitas por drone. O software identifica automaticamente as cabeças das pessoas nas fotos e marca cada indivíduo como um ponto. Por meio de inteligência artificial, o sistema localiza e contabiliza esses pontos, permitindo uma estimativa precisa mesmo em áreas de alta densidade populacional.

Atualmente, o P2PNet apresenta precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação individual. Na prática, isso significa um erro absoluto médio de cerca de 12%. Em uma manifestação com público estimado em 100 mil pessoas, por exemplo, o número real pode variar entre 88 mil e 112 mil participantes.

Como medida de transparência, o banco de imagens utilizado para a contagem da manifestação foi disponibilizado para consulta pública e pode ser validado por qualquer cidadão, inclusive por meio de contagem manual dos participantes.

Veja as imagens analisadas:

A manifestação foi motivada por uma onda de crimes recentes que ganharam espaço no noticiário nacional. Entre eles, o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, em Brasília, que teve o corpo carbonizado no dia 5 de dezembro.

Outro caso de violência foi o ataque a Tainara Souza Santos, que teve as pernas mutiladas depois de ser atropelada e arrastada na Marginal Tietê, em São Paulo, no dia 30 de novembro. Ela permanece entubada e ainda respira com auxílio de aparelhos.

Além disso, houve o registro do duplo homicídio de funcionárias do Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica), no Rio de Janeiro. A professora Allane de Souza Pedrotti Matos e a psicóloga Layse Costa Pinheiro chegaram a ser levadas pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiram.

Por: Poder360

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