• Terça-feira, 4 de novembro de 2025

Lula e governistas reagem a morte de Clara Charf, fundadora do PT

Presidente disse que ela "defendeu incessantemente a democracia"; ministros exaltaram a trajetória da viúva de Marighella.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta 2ª feira (3.nov.2025) a morte da ativista política e uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, Clara Charf, 100 anos. O chefe do Executivo afirmou que “o Brasil perde uma mulher extraordinária”.

“Corajosa, generosa, combativa e de grande maturidade política, Clara viveu o exílio, enfrentou a ditadura e defendeu incessantemente a democracia”, disse Lula em seu perfil no X.

Eis a mensagem:

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol), também prestou homenagem à fundadora do PT. “Vá em paz, Clara”, escreveu.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), exaltou a história de Clara: “Desde sua participação na Aliança Nacional Libertadora nos anos 1930, enfrentou com coragem a repressão, a ditadura e o exílio, mantendo e espalhando a esperança na construção de um mundo mais justo”, disse.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também ressaltou os atos da ativista e afirmou que sua vida é um “legado”.

O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), prestou condolências aos familiares e amigos de Clara, além de elogiar sua trajetória.

“Companheira de vida e de luta de Carlos Marighella, será para nós sempre um exemplo de resistência, solidariedade e compromisso político. Seu legado seguirá inspirando gerações”, declarou.

O líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que Clara foi “uma das mulheres mais coerentes e compromissadas com a luta democrática do nosso país”.

Clara Charf havia nascido em 17 de julho de 1925, em Maceió (AL). Ela morreu por causas naturais depois de um período de internação hospitalar. Era viúva do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969).

A morte foi confirmada pela Associação Mulher pela Paz, organização fundada e presidida por Charf. Nos dias que antecederam sua morte, a ativista estava hospitalizada e entubada.

Filha de imigrantes judeus russos que fugiram da perseguição antissemita no Leste Europeu, Clara Charf cresceu no Recife, onde iniciou seu contato com militantes comunistas.

Aos 21 anos, ela se filiou ao PCB (Partido Comunista Brasileiro). Durante a ditadura militar, participou da ALN (Ação Libertadora Nacional), fundada por Marighella, e teve seus direitos políticos cassados em 1964.

A ativista manteve relacionamento com Marighella por quase 20 anos, de 1950 até 1969, quando ele foi assassinado durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).

O guerrilheiro morreu em 4 de novembro de 1969, na Alameda Casa Branca, bairro dos Jardins, em São Paulo.

A trajetória de Clara foi dedicada à militância política, à defesa da democracia, dos direitos humanos e da emancipação feminina no Brasil. Ela desenvolveu sua atuação principalmente em São Paulo, onde residia.

Por: Poder360

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