As mulheres recebem 21,2% menos do que os homens em empresas privadas com 100 ou mais funcionários no Brasil. Os dados são do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado nesta 2ª feira (3.nov.2025) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A remuneração média das mulheres é de R$ 3.908,76, enquanto a dos homens é de R$ 4.958,43.
O número de mulheres empregadas nas grandes empresas subiu de 7,2 milhões em 2023 para 8 milhões em 2025, o que aumentou a participação feminina de 40% para 41,1% no período. No entanto, a massa de rendimentos das mulheres representa só 35% do total. Se a renda acompanhasse a participação feminina no mercado, seriam adicionados R$ 92,7 bilhões à economia nacional.
Os principais motivos apontados pelas empresas para a desigualdade salarial são tempo de experiência na empresa (78,7%), metas de produção (64,9%) e plano de cargos e salários ou carreira (56,4%).
O salário médio da mulher negra é de R$ 2.986,50 –o mais baixo entre os grupos analisados. Os profissionais negros do sexo masculino recebem, em média, R$ 3.820,68. Entre os não negros, a remuneração média feminina é de R$ 4.901,59 e a masculina, de R$ 6.391,94 (a maior de todas).

“A inserção das mulheres no mercado não basta. É inaceitável que mulheres negras recebam metade do rendimento de homens não negros. Precisamos intensificar medidas que corrijam essas distorções, ampliar políticas de apoio como licença-paternidade e auxílio-creche, e engajar a sociedade na redistribuição do trabalho doméstico e de cuidado”, disse a ministra das Mulheres, Márcia Lopes (PT).
O levantamento analisou 54.041 empresas com 100 ou mais funcionários e 19.423.144 vínculos trabalhistas, sendo 41,1% de mulheres e 58,9% de homens, com base nas informações da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), referentes ao período do 2º semestre de 2024 ao 1º semestre de 2025.
                    




