A Justiça italiana decidiu nesta 6ª feira (1º.ago.2025) que a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continue presa em regime fechado no presídio feminino de Rebibbia, nos arredores de Roma, onde está desde 3ª feira (29.jul).
A decisão foi tomada pela Corte de Apelação de Roma, após uma análise preliminar do caso, segundo informações do portal g1, que ouviu fontes da investigação e da diplomacia brasileira. A audiência, que ocorreu a portas fechadas, levou cerca de 3 horas.
A deputada, portanto, não poderá aguardar o processo de extradição em liberdade nem em prisão domiciliar. Para entender por que a deputada pode ser extraditada apesar de ter cidadania italiana, leia esta reportagem do Poder360.
Segundo Pieremilio Sammarco, o advogado de Zambelli, que falou à Folha de S. Paulo, o próximo passo será uma nova audiência, na mesma Corte de Apelação, que prosseguirá com o processo de extradição da deputada.
Depois, o processo segue para a Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano, e, enfim, para o Ministério da Justiça do país europeu, que toma a decisão final.
Na 5ª feira (31.jul), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou que a AGU (Advocacia Geral da União) acompanhe o processo de extradição da deputada.
A decisão foi tomada após a PF (Polícia Federal) comunicar formalmente o Supremo sobre a prisão da congressista.
A deputada foi condenada por unanimidade em maio a 10 anos de prisão por participação no ataque hacker ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Segundo o STF, ela agiu em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, que executou a invasão para emitir um falso mandado de prisão contra Moraes.
Ela, então, deixou o Brasil em junho e estava foragida. O nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol em 5 de junho.
Para evitar a perda automática de mandato, pediu uma licença de 127 dias à Câmara. O afastamento, porém, termina em 16 de outubro. Caso continue ausente, poderá ser cassada.
Além da pena de prisão, há um processo em curso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara que pode levar à cassação. A relatoria é do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), e a perda do mandato depende de 257 votos no plenário.