O governo Lula estuda comprar alimentos afetados pelo aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos para distribuir em merendas escolares. A informação foi divulgada nesta 6ª feira (1º.ago.2025) pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Segundo ela, a proposta faz parte de um plano de contingência que deve ser finalizado até o início da próxima semana. A iniciativa busca minimizar os impactos da elevação para 50% das tarifas sobre produtos brasileiros –determinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano).
A lista de ações em análise inclui abertura de novos mercados, linhas de crédito para empresas e a compra de produtos excedentes para programas públicos como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
“Tem situações que talvez seja melhor comprar uma produção para distribuir na merenda ou no PAA. Mas ainda o presidente não definiu. Essas medidas serão levadas a ele para que realmente defina e possam ser implementadas”, afirmou Gleisi em entrevista à BandNews TV.
A ministra, no entanto, não detalhou de onde virão os recursos para bancar a nova despesa. O governo ainda avalia o impacto fiscal da medida.
Ela afirmou que o objetivo é proteger a economia brasileira e os empregos. “Não é pensando em retaliar”, disse.
Gleisi também criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem mantido interlocução com aliados de Trump.
“O que me surpreende é um brasileiro colocar uma faca no pescoço do país e dizer que só volta atrás nas taxações se tiver anistia”, afirmou.
Ela disse que o deputado “cumpre um papel vergonhoso” e defendeu sua cassação. “(…) ele não merece o mandato de deputado que tem.”
Gleisi negou que o governo tenha recebido pedidos de empresas para suspender o IOF como forma de compensar os efeitos do tarifaço. “Desconheço essa solicitação”, afirmou.
Ela também disse que a relação do Planalto com o Congresso não está conturbada –mesmo após a recente derrota na votação do IOF, que foi mantido.
“Tivemos o IOF, que foi ruim, mas foi um ponto fora da curva. Conseguimos aprovar as pautas de nosso interesse”, declarou ao citar a aprovação da medida provisória que isenta consumidores de baixa renda.
A ministra também se mostrou confiante quanto à aprovação do projeto que amplia a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física).