Javali ameaça o “paraíso das águas cristalinas” de Bonito e liga alerta no MS
Espécie invasora coloca em risco rios, ecoturismo e agropecuária do estado do Mato Grosso do Sul. A invasão de javalis e javaporcos preocupa comunidade e autoridades de Bonito.
Espécie invasora coloca em risco rios, ecoturismo e agropecuária do estado do Mato Grosso do Sul. A invasão de javalis e javaporcos preocupa comunidade e autoridades. Bonito, em Mato Grosso do Sul, conhecido mundialmente como o “paraíso das águas cristalinas”, enfrenta uma ameaça crescente: a invasão de javalis e javaporcos. Esses animais exóticos, com alta capacidade de reprodução e adaptação, estão provocando impactos ambientais, econômicos e sociais que já preocupam autoridades, produtores rurais e o setor turístico. Conforme explicou o secretário de Meio Ambiente de Bonito, Thyago Sabino, ao Correio do Estado, os avistamentos da espécie têm ocorrido em todas as localidades do município, segundo relatos de moradores. “Há relatos de avistamentos e danos em todas as regiões (norte, sul, leste e oeste). A capacidade de adaptação ambiental desta espécie é gigantesca, o que favorece sua ocupação em todo o território”, destacou.
O risco ambiental O comportamento típico do javali — fuçar o solo em busca de raízes, larvas e frutos — causa sérios problemas ambientais. O revolvimento da terra provoca erosão, assoreamento e contaminação de cursos d’água, especialmente em banhados e nascentes, fundamentais para a manutenção da transparência dos rios de Bonito. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});O professor Marcelo Bordignon, do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), alerta que o hábito desses animais pode levar à destruição de ecossistemas inteiros. “Eles estragam a nascente e isso provoca o assoreamento do rio. Então, podem provocar a degradação total de uma nascente”, explicou. Segundo o especialista, quando o solo fica exposto e vem a chuva de verão, a lama desce para os rios, deixando as águas turvas. Impactos no turismo e na economia Os danos ultrapassam o meio ambiente e atingem o turismo e o agronegócio, pilares da economia local. O prefeitoJosmail Rodrigues afirmou que os prejuízos já são perceptíveis: “Estamos preocupados com o aumento desses animais no município de Bonito, que tem afetado de 10% a 15% o agronegócio local e também o nosso ecoturismo, pois esses animais têm chegado até as nascentes dos nossos rios. A preocupação é muito grande”. Além disso, a agressividade dos javalis, somada à sua rápida reprodução, aumenta o risco de conflitos com moradores da zona rural e compromete a segurança das comunidades.
Crédito: PRefeitura Municipal de BonitoUma ameaça nacional A invasão descontrolada de javalis no Brasil se tornou uma das principais ameaças ao meio ambiente, à agricultura e à sanidade animal, conforme vem alertando o Compre Rural. De acordo com o engenheiro agrônomo Rafael Salerno, presidente da Associação Brasileira de Caçadores Aqui Tem Javali, mais de um milhão de javalis precisarão ser abatidos em 2025 para conter os danos causados por essa espécie invasora. A situação, segundo ele, se agravou devido a retrocessos nas políticas de controle. Dados internos do Ibama indicam que quase 500 mil javalis foram abatidos em 2024, mas o crescimento populacional explodiu após a suspensão do uso de armas de fogo para o manejo no segundo semestre de 2023. “Graças a retrocessos nos órgãos de governo a espécie está completamente fora de controle, causando prejuízos incalculáveis ao meio ambiente, à agricultura e risco sanitário iminente à pecuária nacional”, apontou Salerno.
Foto: Divulgação/CRBio-01Caminhos para o enfrentamento do javali em Bonito Bonito criou um grupo de trabalho interdisciplinar para organizar informações e propor estratégias de manejo em conjunto com órgãos estaduais e federais. Um levantamento do Ibama registrou 883 propriedades cadastradas no município entre 2024 e 2025 para autorizar o controle da espécie. Para o secretário Thyago Sabino, a prioridade é preservar os ambientes úmidos, que são berço dos principais rios da região. “Destaca-se como de alta relevância a perturbação e destruição desses ambientes, uma vez que a grande maioria dos rios nasce nessas áreas. Precisamos agir para preservar esses ecossistemas”, ressaltou. Preservar para resistir A crise dos javalis em Bonito evidencia a urgência de ações conjuntas e contínuas. Autoridades, pesquisadores e produtores concordam que somente um manejo eficiente e coordenado poderá evitar que os rios cristalinos, símbolo internacional do município, percam sua pureza. A batalha contra a espécie invasora é vista como uma questão não apenas ambiental, mas também de identidade e sobrevivência econômica de Bonito, que depende do equilíbrio natural para sustentar o turismo e o agronegócio.
Por: Redação
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