• Terça-feira, 5 de agosto de 2025

Japão registra recorde de calor nesta terça (5/7), com 41,8ºC

Brasileiros que vivem no Japão contam como tiveram de mudar a rotina para suportar o calor extremo

Os  e 2024 já haviam sido os mais quentes nos registros históricos do Japão, seguidos pelo outono mais quente desde que os dados começaram a ser compilados, há 126 anos. Mas nesta terça-feira, a temperatura na cidade de Iseaki alcançou 41,8°C, superando o recorde anterior, registrado na semana passada na região oeste de Hyogo, de 41,2 °C. Na cidade turística de Kyoto, os termômetros marcaram 40°C na semana passada, a maior temperatura registrada na localidade, segundo as autoridades. Já Oizumi Machi, na província de Gunma, cidade a cerca de 85 km de Tóquio, marcou 40 °C ao longo desta terça. Esta noite, os termômetros chegam a 32°C, segundo o The Weather Channel. Leia também Morador de Oizumi Machi, o brasileiro Anderson Dutra Barros relata à RFI que as atividades na fábrica onde trabalha não foram suspensas apesar do calor. “Os galpões das fábricas são todos climatizados, mas há uma regra para quem trabalha em áreas externas durante o verão: a obrigatoriedade de pausas para hidratação”. Anderson vive com a esposa Cynthia Takeda Barros há oito anos no país. “A gente está acostumado com essas temperaturas aqui no Japão, pois as estações são todas bem extremas. Para ajudar, o governo emite um alerta todos os dias pela manhã relatando como vai ser durante o dia”, diz. Escolas realizam atividades termorreguladoras Com dois filhos, Enzo, de 13 anos, e Laura, 4, o casal natural de São Paulo também recebe alertas diários da escola das crianças. “Tem um aplicativo que envia mensagem para os pais para que os alunos, que geralmente vão à escola de bicicleta, bebam bastante água. É um controle bem rigoroso”, detalha Anderson. Segundo ele, nas escolas somente as atividades externas acabam sendo suspensas por conta do calor. Mas quando acontecem, são alteradas de forma a preparar os pequenos para fortalecer a , com treinamentos específicos. “No clube de futebol na minha escola, o que mudou muito na minha rotina foi que pela manhã agora tem treinos de cárdio quase todos os dias”, relatou Enzo, filho mais velho do casal. Estudos publicanos nos sites científicos Pub Med e Frontiers demonstram que o treinamento aeróbico regular aumenta a circulação sanguínea na pele. A prática constante de exercícios eleva a taxa de suor para uma temperatura padrão, o que ajuda a dissipar o calor do corpo, aumenta a eficiência do sistema termorregulador e faz com que o sistema cardiovascular responda melhor ao estresse térmico, o que é essencial em dias muito quentes. “Calor é completamente diferente” Nas ruas de , japoneses e estrangeiros demonstraram desconforto com as altas temperaturas. Em depoimento à agência AFP, Sylvia, natural do Quênia e aluna de mestrado no Japão, comentou: “Achei que, vindo da África, não seria tão difícil, mas este calor é completamente diferente”, afirmou. “Acho que há mais umidade e não há vento para refrescar a atmosfera. Esse calor é brutal”, desabafou a estudante. No entanto, Sylvia nota que os japoneses inventaram várias maneiras para se adaptar ao verão. “Há ventiladores, lenços umedecidos e ar-condicionado na maioria dos lugares”, disse a estudante. A turista franco-filipina Arlene Gilbert admira a capital japonesa, mas considera que o calor extremo exige uma adaptação. “Eu realmente gosto de Tóquio. Ainda é uma cidade agradável, mas não com o calor. É muito, muito desagradável, mas tudo bem. Tento me acostumar”, afirmou à agência. O turista francês Octave conta que ficou incomodado e com receio das tempestades. “A umidade é bem complicada. Estamos suando, encharcados”, relatou. Já a japonesa Mayomi Saito constata que este ano, o verão chegou mais cedo. “Mas, como já fez calor nos anos anteriores, sinto que aos poucos me acostumei, ou pelo menos aprendi a tolerar”, explicou. Ela revelou estar “muito preocupada com o aquecimento global”, ao mesmo tempo em que não consegue mais viver sem ar-condicionado. “Não sei bem o que fazer e passo os dias tentando desesperadamente encontrar uma solução, sem conseguir”, lamentou a japonesa. Cientistas alertam que as mudanças climáticas causadas pelo homem estão tornando as ondas de calor mais intensas e frequentes. Recordes de temperatura A Coreia do Sul também registrou este ano o segundo mês de julho mais quente de sua história, com temperatura média de 27,1°C, segundo a agência meteorológica nacional, que começou a registrar os dados em 1973. Até este ano, o mês de julho  do país datava de 1993, quando a média nacional chegou a 27,7°C. No Irã, as autoridades ordenaram o fechamento de repartições públicas em Teerã e em metade das províncias do país, na quarta-feira, devido a uma onda de calor e ao aumento do consumo de energia. Enquanto isso, na China, 82 mil pessoas foram retiradas de suas casas por causa de temporais que atingem o país nos últimos dias e já deixaram 44 mortos e nove desaparecidos, segundo o último balanço oficial. Hong Kong está em alerta máximo para chuvas. A agência meteorológica local registrou, nesta terça-feira, um recorde de precipitação acumulada para o mês de agosto, o nível mais alto em 140 anos. Para ler mais reportagens como esta acesse o , parceira do Metrópoles.
Por: Metrópoles

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