Durante coletiva de imprensa nessa segunda-feira (4/8), a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, classificou as medidas norte-americanas como uma e parte de uma política neocolonial que visa desestabilizar países do Sul Global.
“Washington não consegue lidar com a perda de hegemonia na emergente ordem mundial multipolar e continua a perseguir uma política neocolonial”, afirmou Zakharova,
Segundo a diplomata, o Brasil é classificado como um dos “principais parceiros” do na América Latina e tornou-se alvo do governo norte-americano.
“Existe um protecionismo politicamente motivado e um aumento voluntário das barreiras tarifárias, c“, declarou.
A declaração se insere em um contexto de tensão crescente entre os Estados Unidos e os países dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e parceiros), após a implementação em série do governo norte-americano de sanções econômicas e comerciais.
Na última semana, o governo dos EUA aplicou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com a Lei Magnitsky, e anunciou medidas tarifárias que afetam diretamente as exportações brasileiras.
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O tarifaço de Donald Trump
O presidente norte-americano Donald Trump assinou, em 31 de julho, ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% contra os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.
Na prática, os 50% são a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril, com 40% adicionais anunciados no começo do mês e oficializados na última quarta-feira (30/7).
Apesar disso, o líder norte-americano deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles, suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
Os produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%.
A previsão do governo norte-americano é de que o tarifaço entre em vigor em 6 de agosto.

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1 de 5 Lula e Putin Ricardo Stuckert/Presidência da República
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2 de 5 Lula encontra o presidente da Rússia, Vladimir Putin Ricardo Stuckert / PR
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3 de 5 A primeira-dama, Janja Lula da Silva, também acompanhou o jantar com Putin Ricardo Stuckert / PR
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4 de 5 Embaixador diz que Lula poderia usar viagem a Moscou para vistar Kiev Ricardo Stuckert/Divulgação
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5 de 5 Lula e Putin Montagem com fotos de Hugo Barreto/Metrópoles e Contributor/Getty Images
Crítica à hegemonia e reforço ao BRICS
Para Moscou, as ações de Trump representam uma tentativa de conter o avanço de blocos alternativos ao eixo de poder ocidental.
“Temos um grande número de parceiros, pessoas com ideias semelhantes, aliados que compartilham essa abordagem entre os países do Sul Global e, em primeiro lugar, o ”, disse Zakharova.
A representante russa também afirmou que Moscou está disposta a ampliar a cooperação com países aliados para resistir ao que chamou de “pressão ilegal de sanções unilaterais” e ajudar a construir uma ordem mundial mais justa e multilateral.
Invasão à soberania
A diplomata afirmou que a política adotada pelos Estados Unidos representa uma invasão direta à soberania dos países, com tentativas de interferência em seus assuntos internos.
Para ela, as medidas também provocam desaceleração econômica, prejuízos às cadeias de suprimentos e contribuem para a fragmentação da economia global.
No Brasil, incluindo crédito emergencial, estímulo a compras públicas e negociação por meio da Organização Mundial do Comércio (OMC).