• Terça-feira, 1 de julho de 2025

Indicação Geográfica: por que não certificar a procedência da carne brasileira?

A indicação geográfica é um instrumento internacional utilizado para agregar valor a um produto; no Brasil alguns produtos usufruem dos benefícios desta ferramenta

A indicação geográfica é um instrumento internacional utilizado para agregar valor a um produto; no Brasil alguns produtos usufruem dos benefícios desta ferramenta Por Luciano Vacari* – Vinho, café, queijo, calçados e aguardente, o que tudo isso pode ter em comum? São todos produtos com Indicação Geográfica (IG) brasileira, ou seja, têm a região produtora reconhecida como um diferencial de origem, qualidade e identidade cultural. A indicação geográfica é um instrumento internacional utilizado para agregar valor a um produto, proteger a região e os produtores e atestar aos consumidores a origem e a qualidade do que estão comprando. É assim com o famoso espumante champagne. Apesar do nome da bebida ser mundialmente difundido, apenas os espumantes produzidos em uma determinada região da França podem ser chamados de champagne.
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  • No Brasil, alguns produtos usufruem dos benefícios desta ferramenta, como é o caso do queijo da Canastra. Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o queijo da Canastra é reconhecido internacionalmente. Assim como a cachaça brasileira, que também possui IG da região de Salinas, em Minas Gerais. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Fazenda Bela Vista e a Monte Alto Coffees para conhecer a producao de cafe e queijo da canastra curando
    Foto: Marcos Giesteira
    Ao analisar o perfil das Indicações Geográficas, observamos que elas possuem muitas coisas em comum, principalmente o fator cultural. A IG é uma ferramenta para perpetuar os costumes e atividades de regiões e comunidades que possuem importante papel histórico, econômico, social e ambiental no Brasil. As regiões Sul, Sudeste e Nordeste estão bastante avançadas neste processo de reconhecimento da originalidade de seus produtos. Porém, no mapa das IGs brasileiras, há poucos registros de produtos nas regiões Centro-Oeste e Norte. Será que estamos tão carentes assim de originalidade? Na pecuária de corte, por exemplo, não existe um modelo produtivo mais verde, original e integrado ao meio ambiente do que a criação de gado nos campos brasileiros. A atividade é realizada em harmonia com os ecossistemas, garante o sustento das famílias e ainda tem como diferencial a carne com sabor específico dos bois criados a pasto. Identificar e certificar rebanho do Pantanal, da Mogiana e do Araguaia pode ser uma forma para criar identidade aos produtos, assim como fizeram os produtores dos Pampas Gaúchos que possuem a Identificação Geográfica do gado da região. E podemos ir além, por que não certificar a procedência da carne brasileira? A pecuária nacional é a atividade que está presente em todos os municípios do país, e foi importante instrumento de ocupação do território, para produção de alimentos e desenvolvimento social. Sem falar que a carne brasileira tem características próprias que a tornam uma iguaria singular.
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  • As riquezas do interior do Brasil têm grande potencial, mas ainda faltam iniciativas coletivas, ou melhor, associativistas, que valorizem o conhecimento passado de geração em geração. Mostrar de onde veio, como foi feito e por quem foi feito pode ser o diferencial para a valorizar os produtos originais do Brasil, agregar valor, e reconhecer o trabalho, a qualidade e as tradições culturais brasileiras.
    Por: Redação

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