A ministra da secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou como “traição à pátria” as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil em agosto de 2025. A declaração foi dada durante a 6ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão), realizada nesta 5ª feira (4.dez.2025), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Em seu discurso, a ministra declarou que tão importante quanto a diminuição das tarifas, é o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros 7 por tentativa de golpe de Estado.
“A justiça seguiu seu curso soberanamente, julgou com independência e condenou no devido processo legal aqueles que atentaram contra o Estado Democrático e agora cumprem penas de reclusão”, disse Gleisi.
A ministra afirmou que as tarifas resultaram de “uma conspiração para coagir o curso da justiça contra aqueles que atentavam contra a democracia” no país. Uma das justificativas de Trump para as sanções foi o julgamento de Bolsonaro. A articulação teria sido arquitetada pelo ex-presidente com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), junto ao governo norte-americano.
Ela destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve postura firme nas negociações com o presidente Donald Trump (Partido Republicano). “O senhor disse que não tínhamos limite para negociação, mas não negociaria a nossa soberania, o processo judicial brasileiro e nosso processo político“, afirmou.
Nesta 4ª feira (3.dez.2025), Lula disse que “está perto” de haver nova redução de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A fala se dá depois da conversa, na 3ª feira (2.dez), com Trump, a qual o petista classificou como “extraordinária”.
Gleisi elogiou o que chamou de “vitória diplomática” do governo. Segundo ela, “observadores de todo o mundo destacam” a atuação presidencial por não ter se curvado às pressões externas.
A reunião do Conselhão foi marcada por anúncios econômicos e sociais. Gleisi afirmou que o Brasil atingiu em 2024 o menor nível de pobreza já registrado na série histórica. Os dados mostram a menor taxa de extrema pobreza da população e a maior renda domiciliar per capita do país.
A petista também celebrou a aprovação da lei que isenta do IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5.000: “Esta lei, aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, está rompendo uma tradição de privilégios e injustiça que sempre prevaleceu no nosso país“, afirmou. Gleisi defendeu o fim da escala de trabalho 6 x 1 e disse que o novo IR também é um passo para avançar nesta pauta trabalhista.
O encontro, realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília, conta com a participação de representantes da sociedade civil e visa a assessorar o presidente na formulação de políticas públicas e de diretrizes do governo.
Estarão presentes o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).
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Também integram a reunião do Conselhão o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius de Carvalho, e a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha.
Na pauta da reunião está um balanço das atividades desenvolvidas por integrantes do Conselho na COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), que ocorreu em Belém (PA) em novembro, e uma série de anúncios governamentais.
Dentre os anúncios, estão a Política Nacional de Conectividade em Rodovias, a apresentação da Lei Geral de Direito Internacional, a Estratégia de Compras Públicas Sustentáveis e o guia de duplicatas escriturais.
Outro assunto da programação é a apresentação dos “Pilares de um Projeto de Nação”, documento que reúne pontos estratégicos para o desenvolvimento do país, construído a partir de um diálogo com a sociedade civil. A última atividade prevista é um debate sobre o tema: “Brasil justo e soberano: Perspectivas para 2026”.
