A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS decidiu votar os requerimentos em bloco, ou seja, agrupar vários pedidos e analisá-los de uma só vez, em uma única votação, em vez de deliberar individualmente sobre cada convocação. Com isso, ficaram liberados de comparecer à comissão a presidente da Crefisa, Leila Pereira, e outros representantes de bancos. A decisão foi tomada na sessão desta 5ª feira (4.dez.2025).
No requerimento apresentado para convocação de Leila, aposentados teriam se sentido pressionados a abrir contas correntes e contratar serviços da Crefisa. O pedido buscava investigar o grau de conhecimento da diretoria sobre as movimentações e o nível de responsabilidade administrativa das práticas.
Com a mudança na análise, deixaram de ser votados os requerimentos de convocação referentes a:
Em crítica à análise dos requerimentos por bloco, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), afirmou que congressistas alinhados ao governo decidiram “blindar” banqueiros sob a justificativa de “não haver fundamentos” para a convocação.
Apesar disso, o bloco de requerimentos aprovado engloba representantes de outras instituições financeiras. Eis as convocações:
Também foi aprovado o requerimento para convocação de Daniel Bueno Vorcaro, presidente do Banco Master. O banqueiro foi preso como suspeito de liderar um esquema de fraude no Sistema Financeiro Nacional. A prisão foi feita durante a operação Compliance Zero, realizada em conjunto com o MPF (Ministério Público Federal), que também resultou na detenção do banqueiro Augusto Lima.
A investigação teve início em 2024, quando o BC identificou irregularidades nas operações do Banco Master e comunicou o caso ao MPF. A fraude chegou a R$ 12 bilhões, segundo afirmou Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, durante a CPI do crime organizado em 18 de novembro.
Em 17 de novembro, a pedido da defesa, a Justiça autorizou a soltura de Vorcaro. O empresário deixou a prisão em 29 de novembro e passou a usar tornozeleira eletrônica.
A CPMI ainda deve decidir se Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prestará esclarecimentos. Como mostrou o Poder360, Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, disse em depoimento que Lulinha recebeu pagamentos do empresário. Essa quantia era tratada como “mesada”. O filho do presidente também viajou com o Careca, segundo as investigações. A defesa de Lulinha chamou a acusação de “absolutamente pirotécnica”. Leia aqui.
O ministro da AGU (Advocacia Geral da União), Jorge Messias, também terá seu requerimento de convocação para depor votado nesta 5ª feira. Segundo alguns congressistas, é “essencial” que haja esclarecimentos sobre a atuação da AGU diante das denúncias de descontos indevidos relacionados ao INSS.
Esta reportagem foi produzida pelo estagiário de Jornalismo Davi Alencar sob supervisão da secretária de Redação adjunta, Sabrina Freire.





