Gaza
Em conferência de imprensa em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, sublinhou que "o objetivo não é punir Israel, mas é melhorar a crise humanitária em Gaza”. Nesta terça-feira (16), ao anunciar tais medidas em entrevista à Lusa, Kaja Kallas defendeu que a UE deve “aumentar a pressão sobre o governo israelense e forçá-lo a mudar de rumo porque o que está acontecendo [em Gaza] é realmente insustentável”. A Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança destacou o “custo financeiro muito pesado” para Tel Aviv, dado que a UE é o maior parceiro comercial de Israel e representa 32% do comércio total de mercadorias. Israel e a UE têm as relações regidas por um acordo de associação que data de 2000, que a UE considera ter sido desrespeitado. “Esta violação refere-se ao rápido agravamento da situação humanitária em Gaza, na sequência da intervenção militar de Israel, ao bloqueio da ajuda humanitária, à intensificação das operações militares e à decisão das autoridades israelenses de avançar com o plano de colonização na chamada área E1 da Cisjordânia, o que compromete ainda mais a solução de dois Estados”, justificou Kaja Kallas. As propostas surgem no momento em que a guerra na Faixa de Gaza está prestes a completar dois anos. Dados indicam que mais de 64 mil pessoas já morreram e mais de 160 mil ficaram feridas, sobretudo devido aos ataques israelenses. Os números são do Governo de Gaza, controlado pelo movimento islamita Hamas, e são considerados fiáveis pela ONU. O agravamento do conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no Sul de Israel, no qual morreram 1,2 mil pessoas e 251 foram feitas reféns. Relacionadas
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