O assassinato do ativista de direita Charlie Kirk levou grupos conservadores a argumentar que esse espectro político tem sido o maior alvo de atentados com mortes, nos Estados Unidos e no mundo em geral. Um levantamento de pessoas famosas de direita que foram atacadas passou a circular na internet.
Estatísticas, porém, contradizem a ideia da direita como principal vítima da violência política –e a sugestão de que a esquerda é o principal algoz. Segundo um levantamento do Instituto Cato, um centro de estudos norte-americano (um think tank), a maioria das mortes resultantes de violência política nos Estados Unidos de 2020 até hoje foi perpetrada por pessoas de direita. Eis a íntegra (PDF – 740 KB).
O estudo do think tank contabilizou 81 ataques com diferentes motivações políticas nos EUA desde 2020. Estão na lista questões religiosas, ligadas a radicais islâmicos, nacionalismo estrangeiro, ligado a quem busca chamar a atenção para questões do próprio país, além da clivagem político-ideológica.
O levantamento usa o termo “terrorista de direita” para descrever quem promove atentados motivados por “supremacia branca, crenças antiaborto, celibato involuntário e outras ideologias de direita”. Usa o termo “terrorista de esquerda” para falar de quem realiza ataques por causa de “nacionalismo negro, sentimentos antipolícia, comunismo, socialismo, direitos dos animais, ambientalismo, ideologias antibrancas e outras ideologias de esquerda”.
O Instituto Cato se define como um think tank apartidário e independente. Entre seus financiadores há tanto organizações mais associadas à centro-direita e à direita, como a Charles G. Koch Charitable Foundation, dos irmãos Koch, quanto mais alinhadas à centro-esquerda e à esquerda, como a Open Society, George Soros.
