Fazendas no fundo do mar? Descubra como funcionam essas propriedades
As fazendas marinhas, também chamadas de maricultura, são áreas planejadas nos oceanos e mares para o cultivo de organismos aquáticos
As fazendas marinhas, também chamadas de maricultura, são áreas planejadas nos oceanos e mares para o cultivo de organismos aquáticos Imagine um campo de cultivo onde não há tratores, mas barcos; onde os animais não pisam o solo, mas nadam entre estruturas flutuantes ou submersas; e onde a colheita se faz com redes, não com ceifadeiras. Bem-vindo ao universo das fazendas marinhas — uma revolução silenciosa, mas em rápida expansão, que começa a ganhar forma nas águas brasileiras. Com o avanço das mudanças climáticas, a pressão sobre os recursos naturais e a necessidade crescente de alimentar uma população global que se aproxima dos 10 bilhões, o mar deixa de ser apenas fonte de pesca para tornar-se espaço produtivo estratégico. E o Brasil, com 8.500 km de costa e 13% da água doce do mundo, está na linha de frente dessa transformação.
O que são fazendas marinhas? As fazendas marinhas, também chamadas de maricultura, são áreas planejadas nos oceanos e mares para o cultivo de organismos aquáticos — como peixes, camarões, ostras, mexilhões e algas. Diferente da pesca extrativista, que depende da captura direta no ambiente natural, a maricultura é uma forma controlada, sustentável e escalável de produção de alimentos. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Essas propriedades funcionam como fazendas convencionais, mas com um ambiente muito distinto: as estruturas de produção estão submersas ou flutuam sobre o mar, os cultivos crescem em redes, tanques ou estufas aquáticas, e os desafios envolvem marés, salinidade e correntes oceânicas. Apesar de parecer distante da realidade rural tradicional, a maricultura compartilha muitos fundamentos com a agropecuária: monitoramento da saúde dos animais, controle alimentar, manejo sanitário, rastreabilidade e planejamento de safra. O projeto pioneiro de Ilhéus (BA): o marco zero da maricultura no Brasil No dia 12 de junho de 2025, o governo federal anunciou um passo histórico: a concessão de águas da União para projetos de aquicultura marinha, abrindo espaço para uma nova era de produção nos mares brasileiros. O primeiro empreendimento autorizado será implantado pela Forever Oceans, multinacional do setor, na costa de Ilhéus, na Bahia. Com investimento estrangeiro e tecnologia de ponta, o projeto prevê:
Criação de peixes em águas salgadas, em estruturas oceânicas controladas;
Produção de até 8 mil toneladas por ano;
Geração de 91 empregos diretos por área licenciada;
Cultivo com foco em sustentabilidade, biosegurança e valor agregado.
As áreas foram cedidas pelo Ministério da Economia ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que ficará responsável pela gestão da maricultura nos moldes do novo programa nacional.
Por que investir em fazendas marinhas? A maricultura não é apenas mais uma alternativa de produção — ela representa uma resposta estratégica às transformações globais no consumo e na produção de alimentos. Segundo Altemir Gregolin, ex-ministro da Pesca, “o consumo de pescado no mundo cresce há mais de 50 anos, e a tendência continuará pelos próximos dez anos. O Brasil tem potencial para ser o maior produtor mundial, com clima favorável, espécies nobres, tecnologia e ração disponíveis.” Os números reforçam essa oportunidade:
Em apenas três meses de 2025, o Brasil exportou US$ 18,5 milhões em pescado cultivado, um aumento de 112% em valor e 89% em volume em relação ao mesmo período de 2024.
O crescimento do consumo se concentra justamente nos pescados de águas marinhas, mais valorizados e com maior demanda no mercado internacional.
Investir em fazendas marinhas também significa:
Diversificação da renda para produtores e cooperativas;
Redução da dependência de culturas terrestres vulneráveis ao clima;
Possibilidade de acesso a linhas de crédito específicas, como as anunciadas recentemente pela Caixa Econômica para pescadores artesanais;
Ampliação da presença brasileira no comércio internacional de proteínas de alto valor.
Quais espécies são cultivadas e com que tecnologias? Entre os cultivos mais comuns nas fazendas marinhas estão:
Ostras e mexilhões: com rápido crescimento, baixo impacto ambiental e alto valor nutricional;
Camarões marinhos: muito valorizados e já populares na carcinicultura brasileira;
Peixes nobres, como o robalo, pargo e garoupa;
Macroalgas e microalgas: com aplicação em cosméticos, bioplásticos, biofertilizantes e alimentos funcionais.
No caso das algas, a Embrapa desenvolve projetos que integram o uso desses organismos na agricultura convencional, seja como bioestimulante de lavouras, seja como insumo para a indústria. Para tornar esse modelo viável e produtivo, a tecnologia é peça-chave. As fazendas marinhas mais modernas utilizam:
Sistemas de alimentação automatizados, que dosam nutrientes conforme o estágio de desenvolvimento dos organismos;
Sensores remotos e IA para monitoramento da temperatura da água, salinidade, oxigenação e comportamento dos peixes;
Drones submarinos e embarcações autônomas para inspeção e manejo das estruturas;
Softwares de gestão ambiental que integram dados climáticos, sanitários e logísticos.
Jardins subaquáticos: do Nemo’s Garden ao futuro da agricultura Além da produção de proteína animal, uma vertente altamente promissora da maricultura é o cultivo de vegetais em estufas submersas, como mostra o projeto Nemo’s Garden, na Itália.
Essas estufas, chamadas de biosferas, funcionam como minicúpulas ancoradas a poucos metros da superfície, onde a luz solar penetra de forma filtrada, criando um microclima estável e livre de agrotóxicos. A água salgada evapora, condensa dentro das estruturas e gera água doce para irrigação natural. Entre os resultados já comprovados:
Cultivos como manjericão, tomate, alface e feijão cresceram mais rápido e com maior teor de antioxidantes;
Produção resiliente a extremos climáticos, como seca, calor excessivo ou salinização do solo;
Baixo custo energético, já que funcionam apenas com energia solar e sem rede elétrica.
Essas estufas submersas representam uma nova fronteira agrícola, especialmente útil para países com escassez de água ou solos improdutivos. Desafios e caminhos para o agro brasileiro Apesar do otimismo e das perspectivas de expansão, a maricultura enfrenta obstáculos importantes:
Alto custo inicial de instalação e adaptação tecnológica;
Falta de mão de obra especializada em operações marítimas;
Burocracia e licenciamento ambiental, que precisam ser mais claros e ágeis;
Limitações de infraestrutura logística em áreas costeiras.
Contornar essas barreiras exige integração entre governo, setor produtivo, universidades e comunidades locais, além de investimentos em capacitação técnica, linhas de crédito e pesquisa aplicada. O agro que vem do mar As fazendas marinhas representam mais do que uma inovação tecnológica. Elas são uma resposta prática e sustentável aos desafios alimentares e ambientais do século XXI. Em um cenário de escassez de recursos, aumento populacional e emergência climática, aprender a produzir sob as ondas é tão necessário quanto desbravar novas fronteiras terrestres. O Brasil está pronto para assumir esse papel. Tem território, biodiversidade, demanda e tecnologia. Só falta acelerar a ação. Você, produtor ou empreendedor do agro, já pensou em expandir sua atuação para o oceano? Busque informações junto ao MAPA, à Embrapa e aos programas de concessão de águas da União. A maricultura é mais do que uma tendência: é o agro do futuro. E o futuro já começou a brotar no fundo do mar. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Por: Redação
Artigos Relacionados:
Boi gordo sobe e pecuarista aposta em nova arrancada nas cotações em julho
há 8 minutos
Parceria destina quase R$ 300 milhões para agricultura familiar na Bahia
há 1 hora
Golpe milionário com ‘vaca virtual’ abala um dos maiores produtores de gado do mundo
há 2 horas
Vaca brasileira da raça Gir Leiteiro bate recorde mundial de produção de leite; Vídeo
há 4 horas
Quarta onda de frio de 2025 atinge o Brasil nesta semana; veja onde será mais intenso
há 6 horas
Flamengo encara o Bayern por vaga nas quartas do Mundial
há 9 horas
ALERTA: Chuva de 130 mm vai atingir RS, e Governadorpede que povo deixe áreas de risco
há 10 horas
Julio Busato: O Visionário que redefiniu o agro no Oeste da Bahia
há 11 horas
Chanel e Louis Vuitton são acusadas de usar couro ilegal da Amazônia, aponta relatório
há 11 horas
Regra de remover conteúdo das redes entra em vigor em setembro
há 22 horas
Cassio Dias monta o touro Man Hater e conquista 98,25 pts – maior nota da história da PBR Teams
há 1 dia
Moraes vota para condenar homem que sentou em sua cadeira no 8 de Janeiro
há 1 dia
Julho será de calor acima da média e chuvas irregulares em boa parte do Brasil, aponta INMET
há 1 dia
Adesão ao selo Sisbi-POA gera oportunidade pequenos produtores venderem em todo o Brasil
há 1 dia
Parintins: festival vai até amanhã com bois Caprichoso e Garantido
há 1 dia
Dólar cai para R$ 5,48 na contramão do mercado externo
há 1 dia
Entenda como fica o IOF após derrubada de decreto
há 1 dia
Big techs dizem que STF criou insegurança jurídica no Brasil
há 1 dia
Circuito Nelore de Qualidade 2025 e PMGZ Carne fazem parceria para fortalecer genética Nelore PO e sua contribuição para produção de carne com eficiência e qualidade
há 1 dia
Você sabia que dá para cultivar sem se preocupar com a falta de chuva ou o ataque de pragas?
há 1 dia
Federação de guardas municipais aciona STF por divisão armada no Rio
há 1 dia
Cooperação técnica vai tropicalizar ferramenta computacional de mensuração de carbono do solo
há 1 dia
Governo Federal passa a cobrar taxa de R$ 500 por acampamento às margens do Rio Araguaia
há 1 dia
Case IH investe R$ 40 milhões e abre a maior loja da companhia na América Latina
há 1 dia
Brasil poderá deixar até 150 produtos fora da tarifa comum do Mercosul
há 1 dia
Cármen Lúcia fala em impedir que 213 mi tiranos sejam soberanos na web
há 1 dia
Internautas criticam fala de Cármen Lúcia sobre "213 mi de tiranos"
há 1 dia
Associação de delegados defende presença da Polícia Federal na Abin
há 1 dia
Preço da carne de frango para de cair no Brasil
há 1 dia
Entidades pedem a Lula que nomeie ministra negra ao TSE
há 1 dia
Homem diz ser “inimigo nº 1” do Estado em audiência de custódia
há 2 dias
ExpoQueijo Brasil começa com recorde internacional e reforça posição como vitrine mundial do queijo artesanal
há 2 dias
Abertura de mercado no Uruguai para exportação de peixes ornamentais
há 2 dias
Tanque de Guerra? Como os conflitos no Oriente impactam o lucro do seu tanque de peixes