O governo dos EUA revogou vistos de pelo menos 50 políticos e funcionários mexicanos sob a alegação de combate ao narcotráfico e aos cartéis de drogas. A medida afeta, em sua maioria, integrantes do partido governista Morena (Movimiento Regeneración Nacional, esquerda), mas atinge também representantes de outras siglas.
As revogações representam uma ampliação das ações antinarcóticos dos EUA sob Donald Trump (republicano), mirando políticos considerados diplomaticamente sensíveis.
As revogações foram alvo de críticas e de preocupação por parte das autoridades mexicanas. A presidente Claudia Sheinbaum (Morena) afirmou, em conversa com jornalistas nesta 3ª feira (14.out.2025), que não tinha conhecimento dos casos e que os EUA geralmente não informam os governos sobre esse tipo de decisão.
Os nomes das pessoas atingidas ainda não são conhecidos, e o Departamento de Estado dos EUA não divulga estatísticas sobre revogações de vistos para funcionários estrangeiros.
As revogações podem dificultar as relações bilaterais em um momento em que os países negociam acordos sobre comércio e segurança. Sheinbaum tem buscado cooperar com os norte-americanos no combate aos cartéis, mas critica sugestões de Donald Trump (republicano) sobre ações militares unilaterais em território mexicano, classificando-as como violação da soberania nacional.
O endurecimento norte-americano não se limita ao México. No Brasil, a família do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, teve o visto cancelado por, segundo os EUA, envolvimento em um esquema de trabalho forçado de médicos cubanos no programa Mais Médicos.
