• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Estudo indica contaminação de gripe aviária no ar de fazendas dos EUA

Pesquisa identifica que ar e água de fazendas de gado nos EUA estão altamente contaminados com o vírus da gripe aviária

Cientistas de cinco universidades norte-americanas em uma forma altamente infecciosa no ar e na água de fazendas de gado leiteiro que foram atingidas pelo surto de 2024 nos Estados Unidos. Acreditava-se anteriormente que a contaminação de humanos e de outros animais havia se dado apenas . Entretanto, os pesquisadores descobriram que os patógenos estão no ar das salas de ordenha, o que pode desvendar outros caminhos de transmissão da doença. O estudo, realizado por cientistas da Universidade Emory com apoio de instituições da Califórnia, Colorado, Michigan e Virgínia, analisou 14 fazendas afetadas em duas regiões do estado. Os resultados foram publicados na sexta-feira (1º/8) no onde são divulgados artigos antes da revisão por pares. Entenda o que é a gripe aviária Também conhecida , é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos com baixo risco. Entre os principais sintomas apresentados por aves estão: dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade. Todas as suspeitas de gripe aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária. Leia também Gripe aviária também na água Os testes mostraram RNA viral ativo presente nas partículas respiradas por vacas ou circulando no ar nas salas de ordenha. Além do ar, o vírus foi detectado em águas usadas para limpeza de equipamentos e nas lagoas de esterco. Algumas dessas áreas são frequentadas por aves migratórias, o que levanta preocupações sobre a possível disseminação interestadual ou interespécies. Das amostras de água analisadas, duas continham vírus infeccioso com alta carga viral. Os pesquisadores acreditam que os resíduos líquidos podem facilitar a transmissão entre vacas, humanos e animais que circulam perto das instalações. A combinação de múltiplos fatores de risco, como aerossóis, respingos de leite e contato com águas contaminadas, desafia as estratégias atuais de contenção e exige reforço nas medidas de biossegurança nas fazendas afetadas, especialmente com o início do período mais frio do ano, que se inicia em setembro. Casos continuam a ser detectados em 2025 Desde o início de 2024, o Departamento de Agricultura dos EUA registrou 1.078 surtos em rebanhos em 17 estados, sendo 771 apenas na Califórnia. O mais recente foi detectado no fim de julho, segundo a agência de inspeção sanitária. Cientistas alertam que a persistência do vírus em ambientes compartilhados pode sustentar novas infecções entre animais e trabalhadores. As análises mostraram que os vírus presentes no ambiente variam em regiões distintas da mesma propriedade, indicando que a propagação pode ocorrer por múltiplos meios ao mesmo tempo, com diferentes dinâmicas locais. A equipe também examinou o leite de vacas individualmente. Mesmo sem sintomas visíveis, muitas amostras apresentavam infecção subclínica. Os pesquisadores recomendam a inclusão de vacas sem sintomas em ações de contenção da doença, uma vez que a maior parte da prevenção tem sido feita com a observação de sinais visuais. 3 imagens O contato direto com animais pode adoecer humanos, mas não foi confirmada transmissão entre pessoasGripe aviária pode atingir aves domésticas como galinhas Fechar modal. 1 de 3 A gripe aviária H5N1 causa sintomas semelhantes aos da gripe em humanos, mas não nos infecta naturalmente Getty Images 2 de 3 O contato direto com animais pode adoecer humanos, mas não foi confirmada transmissão entre pessoas Getty Images 3 de 3 Gripe aviária pode atingir aves domésticas como galinhas Divulgação Medidas de proteção ainda são limitadas Os pesquisadores recomendam o uso de proteção respiratória e ocular por parte dos trabalhadores das fazendas. Equipamentos de ordenha devem ser desinfetados regularmente, assim como as áreas de descarte de resíduos líquidos. Também é necessário tratar o leite e as águas residuais para inativar o vírus antes que retornem ao ambiente, já que o H5N1 sobrevive fora do corpo animal por tempo suficiente para infectar outras vacas e até humanos. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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