Crise climática
A emergência climática também deverá ser causa de preocupações na próxima década, segundo o levantamento do Fórum Econômico Mundial. Com os incêndios florestais devastadores que continuam a assolar Los Angeles, o segundo risco mais comum apontado para 2025 foi justamente “fenômenos climáticos extremos”, apontado por 14% dos inquiridos na pesquisa. Ao longo do ano passado, uma série de inundações, secas e incêndios dramáticos marcaram o impacto da crise climática nos padrões meteorológicos. Os cientistas concluíram que o aquecimento global torna estes fenômenos mais prováveis e, em muitos casos, mais extremos. Quando se pediu aos líderes mundiais que olhassem para o futuro e identificassem os principais riscos que o mundo enfrentará na próxima década, quatro em cada dez respostas estavam relacionadas com a crise climática. Os fenômenos meteorológicos extremos foram a opção escolhida com mais frequência, seguidos da perda de biodiversidade, das “alterações críticas dos sistemas terrestres” e da escassez de recursos naturais. “A crise do clima e da natureza exige atenção e ação urgentes. Em 2024, o aquecimento global anual atingiu um recorde de 1,54 graus Celsius (°C) acima da média pré-industrial, com muitas partes do mundo registando eventos climáticos catastróficos e sem precedentes”, afirmou Gim Huay Neo, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial. De acordo com a pesquisa, um risco global é definido como uma condição que afetaria negativamente uma proporção significativa do PIB mundial, da população ou dos recursos naturais.Desinformação e IA
Duas preocupações relacionadas com a inovação tecnológica surgem em seguida na lista de ameaças: “desinformação”, seguida de “resultados adversos das tecnologias de Inteligência Artificial”. O levantamento que resultou nesta última edição do Global Risks Report foi realizado no final do ano passado, mas as preocupações com a desinformação vêm se intensificando à medida que Donald Trump volta ao poder neste mês, em uma aliança estreita com os expoentes de Vale do Silício que defendem a desregulamentação radical no âmbito da internet. A Meta anunciou que vai abandonar a checagem de fatos e trabalhar com a administração Trump para fazer frente a outras nações que procuram controlar as plataformas de redes sociais. Muitos governos esperam que a Inteligência Artificial (IA) dê um impulso necessário à produtividade; mas mesmo alguns dos defensores da tecnologia fizeram soar o alarme sobre alguns riscos. No extremo, esses riscos incluem a ideia de que a IA pode representar um risco existencial para a humanidade caso se torne mais inteligente do que os humanos. Este ano, o encontro em Davos, com duração de uma semana, ocorre na semana da posse de Donald Trump – com participação virtual do novo presidente na próxima quinta-feira (23). Os organizadores contam com a participação de 60 chefes de Estado e de Governo, bem como de diretores executivos e ativistas. O tema do encontro de três mil pessoas é “um apelo à colaboração na era da inteligência”, no momento em que a expectativa é de que Trump reduza a cooperação em uma série de questões globais, incluindo a crise climática. O novo presidente deverá retirar os EUA do Acordo de Paris sobre o clima e usou o seguinte bordão para se referir à extração de combustíveis fósseis: "Drill, baby, drill!" (Fure, bebê, fure!). Trump também tem apelado repetidamente aos parceiros de defesa dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que incluem o Reino Unido, para que aumentem significativamente as despesas com a defesa. Relacionadas
Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia
Síria: potências estrangeiras apoiaram 13 anos de guerra contra Assad