Os 7 deputados federais que perderam seus mandatos por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) protestaram nesta 5ª feira (31.jul.2025), depois de a medida ser formalizada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Segundo os congressistas afetados pela decisão judicial que alterou a regra de ocupação das cadeiras por meio das chamadas “sobras eleitorais”, trata-se de uma “injustiça” e de “abuso de poder”. Entenda a mudança nesta reportagem.
Com a decisão do Supremo, que muda a contabilização de votos das eleições de 2022, a bancada do Amapá, formada por 8 deputados, é a mais atingida. Metade da bancada do Estado será substituída. A alteração tira o mandato dos deputados:
O Poder360 entrou em contato com todos os congressistas afetados pelas mudanças. Dos 7, este jornal digital não conseguiu resposta de Dr. Pupio e Lázaro Botelho. Os 2 também não se manifestaram nas redes sociais. O espaço segue aberto.
Em protesto contra a decisão, Gilvan Máximo publicou nas redes sociais um vídeo em que critica o sistema judiciário por “perseguir” seu diploma de deputado eleito. Ele também estampou sua publicação com a frase: “um dia de luto para a democracia”. Veja abaixo:
Segundo Silvia Waiãpi, o “sistema” teria articulado nos bastidores do Congresso Nacional e “de forma silenciosa”, mencionando uma possível “cortina de fumaça” em razão das sanções dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes e à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Veja abaixo:
Em nota oficial, o deputado Lebrão disse ter entrado em greve de fome em protesto contra a decisão do Supremo e a confirmação de Motta. Segundo o texto, o deputado está “com boa saúde, se alimentando normalmente, e segue firme no seu compromisso com o povo de Rondônia”.
Em nota enviada ao Poder360, a assessoria da deputada Professora Goreth disse:
“Como professora, aprendi desde cedo a enfrentar injustiças e superar obstáculos quase intransponíveis. Sempre acreditei na Educação como ferramenta de transformação, e na política como extensão do compromisso com o bem comum. Foi com esse espírito que cheguei até a Câmara dos Deputados. Por isso, recebo com profunda indignação a declaração de perda de mandato de sete deputados federais eleitos legitimamente, entre eles o meu, originada de decisão do Supremo Tribunal Federal.
Não se trata apenas de uma decisão jurídica, trata-se de um golpe direto no coração do processo democrático do nosso país. Fui legitimamente eleita, diplomada e empossada segundo as regras vigentes, e exerci o meu mandato com a consciência tranquila de quem representou a vontade soberana do povo do Amapá.
É inadmissível que se mudem as regras depois do apito final anular o gol da vitória após a torcida já ter comemorado. Quem ganha com isso? Certamente, não é o povo. Essa decisão inédita no período de plena democracia do nosso país desmoraliza o sistema eleitoral, desrespeita o eleitor e compromete a confiança da população nas instituições. Infelizmente, é mais uma demonstração de como, no Brasil, as regras muitas vezes valem apenas quando convêm a determinados interesses.
O mandato que ocupei não foi só meu. Ele pertenceu a cada pessoa que saiu de casa, que enfrentou fila e apertou meu número na urna com esperança e confiança de ser bem representado. Pertence aos professores, às mães, às mulheres empreendedoras, aos jovens, trabalhadores e trabalhadoras que acreditam na política como instrumento de mudança.
Por eles e por todos que acreditam na Justiça, nunca recuei. Foi um trabalho árduo para representar os amapaenses e, ao mesmo tempo, mover todos os meios legais disponíveis para assegurar que esse mandato, construído com suor e voto, fosse respeitado.
Com ou sem mandato, a minha luta pela representação legítima dos amapaenses continua. O povo do Amapá não será silenciado e eu, como sempre, estarei ao lado dele, firme.
Tiraram o meu mandato, mas não vão tirar minha dignidade, minha coragem e muito menos a vontade de continuar lutando pelo nosso povo.
Seguirei trabalhando para construir um Amapá justo, com equidade e oportunidades para todos. Meu compromisso com a educação é diário e inegociável, porque é por meio dela que transformamos realidades e garantimos um futuro mais digno para o nosso povo.”
Ao Poder360, a deputada Sonize Barbosa afirmou que não iria comentar por ora o caso.
Entram no lugar dos atingidos pelas medidas os seguintes deputados: