As festas juninas são tradição no Nordeste. O período movimenta a cultura e também os cofres públicos da região. Em 2025, cidades de 3 Estados –Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco– vão gastar R$ 697 milhões em eventos. A maior parte desse valor vai para a contratação de artistas.
Na Bahia, a previsão total de gastos atinge R$ 459 milhões, o que inclui a contratação de 1.278 artistas, que farão cerca de 3.000 apresentações até o final de julho. Salvador lidera os investimentos com R$ 18,7 milhões destinados a 160 atrações. No interior baiano, a cidade de Cruz das Almas investirá R$ 9,5 milhões.
Em comparação com 2024, os gastos na Bahia aumentaram 13,33%: de R$ 405 milhões em 2024, para R$ 459 milhões em 2025.
Em 2024 e 2025, Salvador foi a cidade –dos 3 Estados analisados– com mais gastos juninos da Bahia, apesar de ter apresentado uma redução de 36,16% em 1 ano. O aumento no uso dos recursos baianos foi puxado pelas cidades do interior. Cruz das Almas, por exemplo, passou de 4º lugar em 2024 para 2º em 2025 –o que representou uma alta de 57,65% nos valores gastos, de R$ 6 milhões para R$ 9,5 milhões.
Em Pernambuco, há um movimento distinto. O Estado apresentou uma redução de 30,54% nos gastos com o São João. Entre as 15 cidades que mais aplicaram verbas nos festejos juninos do Estado em 2025, 7 diminuíram os valores empregados. Entre elas, a que mais segurou as finanças foi Petrolina: 64,15%, que foi de R$ 15,7 milhões para R$ 5,4 milhões.
Na contramão da tendência estadual, Paulista elevou os gastos com as festas juninas em 219,94%, de R$ 1,3 milhões para R$ 4 milhões. A cidade contratou 100 artistas para se apresentarem de 1º de junho de 2025 a 5 de julho do mesmo ano. Comparado a Recife, o município investiu 5% a mais, mesmo que a capital oferte o triplo de atrações ao longo de junho (ao todo, foram 342 artistas contratados).
O Estado que apresentou o maior salto nos investimentos juninos foi o Rio Grande do Norte. Só o município de Goianinha passou de R$ 30.000 declarados no Painel Festejos, em 2024, para R$ 1,5 milhão em 2025. Ou seja, houve um aumento de 5.000%.
Em 2024 só 16 cidades do Estado apresentaram as verbas destinadas aos festejos juninos. Para cidades como Mossoró (a que mais gastou em 2025), Assu, Natal e Apodi não há como comparar o aumento ou redução dos valores em um ano.
As festas juninas contam com atrações famosas nacionalmente –e até internacionalmente, como é o caso do DJ Alok. Do interior às capitais, nomes como Luan Santana, Nattan e Jorge e Mateus estão presentes com cachês que beiram R$ 1 milhão.
No caso de Wesley Safadão, o mais bem pago entre os artistas, o cachê por apresentação é de R$ 1,1 milhão. No Rio Grande do Norte, o cantor se apresentará uma vez em Mossoró. Em Pernambuco, serão 2 shows: um em Caruaru e um em Surubim. Já na Bahia, serão 4: Cruz das Almas, Jequié, Oliveira dos Brejinhos e Bom Jesus da Lapa. Ou seja, o cantor receberá, no total, R$ 7,7 milhões em recursos públicos municipais.
Além de Safadão, esses são alguns dos músicos com os maiores cachês durante os festejos juninos:
O menor valor registrado foi R$ 6, pago a Ruhan Amadeus Gomes de Lima, em Salgadinho, Pernambuco.
As prestações de contas das festividades devem ser finalizadas até o final de julho, quando os municípios encerram a documentação nas plataformas do Ministério Público.