Irã faz funeral de cúpula nuclear e ministro exige “respeito” de Trump
A cerimônia ocorre no quinto dia de um cessar-fogo frágil entre Teerã e Tel Aviv, e em meio a novas ameaças feitas por Trump
O realiza neste sábado (28/6) o funeral de Estado de cerca de durante a guerra iniciada em 13 de junho. A cerimônia ocorre no quinto dia de um cessar-fogo frágil entre Teerã e Tel Aviv, e em meio a novas ameaças feitas ao Irã pelo .
Nesta manhã, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, reagiu às .
“Se o presidente Trump deseja realmente chegar a um acordo, deveria deixar de lado seu tom desrespeitoso e inaceitável em relação ao líder supremo iraniano, o grande aiatolá Khamenei, e deixar de ferir seus milhões de apoiadores sinceros”, escreveu Araghchi na rede social X.
“O grande e poderoso povo iraniano, que tem mostrado para o mundo que o para evitar ser aniquilado por nossos mísseis, não aprecia ameaças e insultos”, acrescentou o ministro.
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Trump disse, em uma cúpula da Otan em Haia, que as , mas Araghchi negou a intenção de Teerã de voltar à mesa de negociações com Washington.
“Morte horrível e vergonhosa”
Nessa sexta-feira (27/6), o presidente dos Estados Unidos declarou que “sem dúvida” vai considerar bombardear o Irã novamente se informações de inteligência concluírem que o país é capaz de enriquecer urânio na quantidade necessária para fabricar armas nucleares.
Em um acesso de raiva em sua plataforma, Truth Social, Trump criticou severamente Teerã por afirmar ter vencido a guerra contra Israel, e anunciou que suspenderia os trabalhos sobre um possível alívio nas sanções aplicadas ao país. Nos últimos dias, o governo americano analisava as possibilidades de suspensão das sanções, uma das exigências de Teerã no longo prazo.
O republicano acusou o líder iraniano de ingratidão, depois de Khamenei afirmar, em uma mensagem em tom desafiador, que os relatos sobre os danos causados pelos bombardeios americanos a suas instalações nucleares eram exagerados e que os Estados Unidos levaram uma “surra”.
“Eu sabia exatamente onde ele se refugiava e não quis deixar que Israel ou as Forças Armadas dos Estados Unidos, de longe as maiores e mais poderosas do mundo, lhe tirassem a vida”, postou Trump.
“, e ele não precisa dizer ‘obrigado, presidente Trump”, continuou. “Mas não, em vez disso, recebi uma declaração de ira, ódio e repulsa, e imediatamente abandonei todo o trabalho sobre o alívio das sanções, e mais”, acrescentou Trump, exortando o Irã a voltar à mesa de negociação sobre seu programa nuclear.
Sábado de homenagens
Em Teerã, o sábado é de homenagens carregadas de desejo de vingança pela morte de 60 oficiais superiores e cientistas nucleares mortos por Israel durante a guerra. Imagens exibidas pela televisão estatal mostraram uma multidão reunida no centro de Teerã em torno do cortejo fúnebre dos “mártires da guerra imposta pelo regime sionista”.
Os caixões estão envoltos em bandeiras iranianas e trazem retratos dos comandantes mortos uniformizados. O mais graduado deles é Mohammad Bagheri, poderoso general das forças armadas, responsável pelo exército, pela Guarda Revolucionária e pelo programa de mísseis do país.
Ele trabalhava diretamente sob a autoridade do líder supremo, o decisor máximo e comandante-chefe das Forças Armadas.
O cortejo partiu da Praça Enghelab (Revolução) em direção à Praça Azadi (Liberdade), a 11 quilômetros de distância. O presidente iraniano, Massud Pezeshkian, participou das cerimônias, segundo imagens da televisão estatal, que também mostraram o general Esmail Qaani, chefe da Força Quds, o braço de operações externas da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica.
“Boom, boom Tel Aviv”
Ali Shamkhani, ferido durante a guerra e conselheiro do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi visto carregando uma bengala. Nas ruas, milhares de iranianos agitavam bandeiras da República Islâmica com os punhos erguidos. “Boom, boom Tel Aviv”, dizia uma faixa, referindo-se aos mísseis iranianos disparados contra Israel durante o conflito em retaliação aos ataques ao Irã.
Israel iniciou uma guerra em 13 de junho com o objetivo declarado de impedir que o Irã adquirisse uma bomba atômica – uma ambição que o país nega. De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, pelo menos 627 civis foram mortos e quase 4,9 mil ficaram feridos durante a guerra de 12 dias.
Os ataques de retaliação iranianos contra Israel deixaram 28 mortos, segundo autoridades israelenses.
Os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irã na noite de 21 para 22 de junho, quando se uniram à ofensiva israelense.
Por: Metrópoles