O CEO da BYD, Wang Chuanfu, anunciou nesta 5ª feira (9.out.2025) que a montadora fornecerá 30 veículos híbridos flex personalizados para a COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima), que será realizada em Belém. A declaração foi feita durante a inauguração da nova fábrica da BYD em Camaçari (BA), com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A unidade marca o início da produção nacional de veículos elétricos e híbridos e consolida o Brasil como polo estratégico da empresa na América Latina. O governo, contudo, é criticado por outras montadoras pelo regime especial de importação (SKD) que beneficia a BYD.
Durante o evento, a BYD apresentou o o 1º carro híbrido plug-in flex do mundo, desenvolvido para o mercado brasileiro. O modelo pode funcionar com qualquer proporção de etanol e gasolina. Lula autografou a carroceria de um dos veículos.
“Essa resposta brasileira, solução brasileira, será usada para reafirmar nosso compromisso”, afirmou o executivo. Depois da conferência climática, os automóveis serão doados para escolas e instituições públicas locais. A COP30 será realizada a partir de 10 de novembro e deve reunir 50 mil pessoas.
Participam da cerimônia o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB – SP), o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), o ministro da AGU (Advocacia Geral da União), Jorge Messias, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT-BA), e o prefeito de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT), entre outras autoridades.
“Com isso, podemos contribuir para que o Brasil se torne o centro de inovação em energia limpa da América do Sul”, disse Chuanfu. “O futuro é elétrico”.
O complexo recebeu investimento de R$ 5,5 bilhões e foi projetado para ser o maior da BYD fora da Ásia. A capacidade inicial é de 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil em um 2º momento. Desde o início de outubro, 350 trabalhadores foram contratados. A previsão é de que sejam criados 2 mil empregos diretos até o fim do mês; somando os indiretos, até 20 mil.
A medida em debate reduz impostos de importação para SKDs (veículos semiacabados), beneficiando principalmente a BYD. Carros elétricos teriam imposto caindo de 18% para 5% e híbridos de 20% para 10%. O objetivo é tornar os veículos mais acessíveis e acelerar a produção nacional de modelos elétricos e híbridos.
Montadoras instaladas no Brasil, como Volkswagen, Toyota e GM, criticam a proposta. Afirmam que o regime SKD favorece concorrentes estrangeiros, podendo causar demissões na cadeia de autopeças. O governo avalia a medida, que deve ter impacto na transição para veículos sustentáveis no país.