EUA compram US$ 20 bilhões em pesos da Argentina para ajudar Milei
Tesouro dos EUA injeta US$ 20 bilhões na Argentina e reforça apoio político a Milei em meio à crise financeira e proximidade das eleições
O anunciou, nesta quinta-feira (9/10), a compra direta de pesos argentinos e a criação de uma estrutura de swap cambial – operação financeira usada para trocar moedas entre dois países, com o objetivo de dar liquidez e estabilizar o câmbio – com o Banco Central da Argentina.
O valor da ação emergencial é de US$ 20 bilhões e deve ajudar a aliviar a crise de liquidez, ou seja, acesso a dinheiro estrangeiro, enfrentada pelos argentinos e, com isso, apoiar o governo de .
O anúncio foi feito pelo Departamento do Tesouro norte-americano após quatro dias de reuniões em entre o secretário da pasta, Scott Bessent, e o ministro da Economia argentino, Luis Caputo.
Segundo comunicado oficial, o encontro abordou os “sólidos fundamentos econômicos da Argentina” e as “mudanças estruturais já em andamento” que, segundo o Tesouro dos EUA, devem gerar aumento das exportações e fortalecimento das reservas cambiais.
“A Argentina enfrenta um momento de aguda iliquidez. A comunidade internacional – incluindo o FMI – está unida em apoio à Argentina e à sua prudente estratégia fiscal, mas somente os Estados Unidos podem agir rapidamente. E agiremos”, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano.
Além da compra de pesos, o governo dos EUA afirmou estar “preparado para tomar quaisquer medidas excepcionais necessárias para estabilizar os mercados”, reforçando o apoio político e econômico à administração de Milei.
O comunicado destacou ainda o compromisso da política econômica do governo – “America First” -, liderado pelo presidente Donald Trump, em fortalecer “aliados que acolhem o comércio justo e o investimento americano”.
O secretário disse ter ouvido empresários dos Estados Unidos “ansiosos por unir ainda mais as economias americana e argentina, graças à liderança do presidente Milei”.
Ainda segundo Bessent, um encontro entre Trump e Milei deve ocorrer no dia 14 de outubro, durante as reuniões anuais do , quando ele deve se reunir novamente com Caputo para discutir os próximos passos da cooperação econômica entre os dois países.
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Crise e impacto político
O apoio dos Estados Unidos chega em meio a uma profunda crise econômica e social na . Desde o início do governo Milei, em 2023, o país enfrenta inflação acima de 250% ao ano, forte desvalorização do peso e queda no poder de compra da população.
As medidas de ajuste fiscal adotadas pelo presidente argentino, como cortes em subsídios e gastos públicos, até reduziram o déficit, mas provocaram recessão, aumento do desemprego e tensões sociais.
Em meio à insatisfação interna e à pressão sobre as reservas internacionais, o socorro americano representa um alívio imediato para o mercado argentino e uma vitória simbólica para Milei, que construiu sua imagem política sob o alinhamento ideológico com Donald Trump e o liberalismo econômico.
O gesto de Washington pode fortalecer Milei internamente, ao oferecer sinais de estabilidade e confiança internacional antes das eleições legislativas argentinas previstas para este ano, nas quais o governo tenta ampliar sua base no Congresso.
Por: Metrópoles