A China tem restringido a exportação de fertilizantes?A iniciativa surge com o propósito de conectar ciência, inovação e políticas públicas em torno de uma meta comum: produzir mais, com menor impacto ambiental, valorizando as características únicas dos ecossistemas tropicais. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Uma terceira via para o agro De acordo com a pesquisadora Ludmila Rattis, que integra a FDC e o Ipam, a Riac nasceu da necessidade de cooperação entre instituições que compartilham o mesmo desafio: construir soluções baseadas em evidências técnicas e científicas, superando o antigo impasse entre “produzir” e “conservar”. “Queremos mostrar que é possível unir produtividade, regeneração dos solos e conservação ambiental. A agricultura tropical regenerativa é justamente essa terceira via — prática, científica e possível”, afirma. Atuação na COP-30 e diálogo com o setor produtivo Um dos primeiros movimentos da rede será durante a COP-30, quando o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, professor emérito da FGV e representante do setor agrícola no evento, apresentará um documento técnico elaborado com base em estudos revisados pela Riac. A proposta é levar à conferência um plano unificado de ação para o agro tropical, abrindo espaço de diálogo entre governos, empresas e sociedade civil. A rede reforça ainda o compromisso com o apartidarismo e a neutralidade política, buscando atuar de forma independente para construir consenso entre diferentes atores do agronegócio e da agenda climática. Conhecimento brasileiro, impacto global Com o objetivo de internacionalizar o debate, a Riac disponibilizará seus estudos também em inglês, facilitando a troca de experiências com outros países produtores dos trópicos. Um dos projetos mais promissores é o Índice de Agricultura Regenerativa Tropical, desenvolvido pela FDC, que será discutido com representantes de 16 países agrícolas tropicais durante a COP.
A expectativa é que o índice se torne uma referência global até 2027, oferecendo métricas para mensurar práticas sustentáveis adaptadas a cada realidade tropical. Brasil em posição estratégica O primeiro estudo da Riac, intitulado Diagnóstico e reposicionamento político-estratégico da agricultura tropical, conduzido pelo Insper Agro Global, destaca o papel crucial dos países tropicais — responsáveis por 40% das terras aráveis e 52% da água doce do planeta — na segurança alimentar mundial. Apesar desse potencial, muitos ainda enfrentam gargalos tecnológicos e econômicos. O Brasil se destaca como exceção, reunindo 13% da água doce global e 58 milhões de hectares cultiváveis, com um modelo de produção adaptado às condições tropicais e apoiado por ciência, tecnologia e políticas públicas consistentes. Entre 1974 e 2024, a produção nacional de grãos saltou de 24 milhões para 317 milhões de toneladas, crescimento médio anual de 4,7%, o maior entre as regiões tropicais. Esse avanço foi sustentado por programas de pesquisa, crédito, extensão rural e infraestrutura, que permitiram ao País desenvolver tecnologias próprias, como os sistemas integrados de produção, a agricultura de baixo carbono e o uso de bioinsumos. O futuro da regeneração tropical Para o coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, o agro brasileiro vive um novo ciclo tecnológico. “Estamos presenciando uma revolução silenciosa: o uso de biológicos, drones e agricultura de precisão está transformando a forma de produzir. O produtor quer eficiência — produzir mais com menos recurso natural — e isso já está acontecendo de forma espontânea, puxado pelo próprio mercado”, explica. A visão da Riac é ampliar essa transformação e exportar modelos de agricultura regenerativa para outros países tropicais, especialmente na África Subsaariana, promovendo uma agenda comum de segurança alimentar, inovação e sustentabilidade. “Se o Brasil não ocupar esse espaço, outros países com condições menos favoráveis o farão. Temos o dever de liderar essa pauta — não só pelo potencial produtivo, mas pela responsabilidade de mostrar que é possível crescer regenerando”, conclui Rattis. VEJA MAIS:





